DIRETRIZES PARA FORMAÇÃO DE PROFESSORES ESPÍRITO-SANTENSES
NA ANTESSALA DA DITADURA DO ESTADO NOVO
(1930-1937)

Nome: RAFAELLE FLAIMAN LAUFF
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 30/01/2018
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
REGINA HELENA SILVA SIMÕES Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANTONIO HENRIQUE PINTO Examinador Interno
JANETE MAGALHÃES CARVALHO Examinador Interno
MARIA ALAYDE ALCANTARA SALIM Examinador Externo
MARIA RITA DE ALMEIDA TOLEDO Examinador Externo
REGINA HELENA SILVA SIMÕES Orientador

Resumo: Esta pesquisa se propõe a investigar diretrizes educacionais e processos de formação de professores para o ensino primário no Espírito Santo, na transição entre a reforma da Escola Ativa realizada no Espírito Santo (1928-1930) e as reformulações educacionais operadas durante o governo intervencionista de João Punaro Bley, após a Revolução de 1930 e antes da Ditadura do Estado Novo. Nessa esteira, busca ainda identificar as diretrizes traçadas para a formação e a prática de professores e seus desdobramentos no Espírito Santo, além de delinear, nessas diretrizes, o que se apresentava como inovação no campo da Pedagogia e das políticas para a educação e que permanências e descontinuidades podem ser lidas (a contrapelo) em relação à reforma escolanovista imediatamente anterior à intervenção federal. Investiga
estratégias utilizadas para definir o projeto de remodelação do ensino após a
deposição – pela Revolução de 1930 – da equipe de governo responsável pela
reforma da instrução pública capixaba, que teve como base os preceitos da Escola Ativa. No que tange à prática historiográfica, os interlocutores privilegiados são Carlo Ginzburg (2001, 2002, 2003, 2007), Marc Bloch (2001) Enrico Castelnuovo (GINZBURG; CASTELNUOVO, 1989) e Roger Chartier (1990, 1991). Foram privilegiados enquanto fontes de pesquisa documentos tais como: mensagens de governo, relatórios da Secretaria de Instrução, matérias publicadas na imprensa periódica local, nacional e internacional, relatórios de inspeção, leis, decretos e material bibliográfico. O conjunto de fontes examinadas abrangeu documentos como: mensagens de governo, relatórios da Secretaria de Instrução, matérias publicadas na
imprensa periódica local, relatórios de inspeção, leis, decretos e material bibliográfico. Identificaram-se diretrizes relacionadas ao civismo, à moral católica e à pedagogia nova. O objetivo de unificação do ensino normal buscava a construção da Pátria Brasileira, por meio da formação do homem novo. No Espírito Santo, os agentes educacionais, formadores de professores, deixavam claro sua opção pelos alicerces do catolicismo. Nuances entre velho e novo puderam ser percebidas nos modelos pedagógicos adotados nas escolas capixabas, as quais não aboliam totalmente os velhos métodos de ensino, ou seja, os antigos procedimentos pedagógicos misturavam-se aos denominados novos. O curso normal foi expandido para a região sul espírito-santense, com polos nas cidades de Cachoeiro de Itapemirim, Alegre e Muqui. O Primeiro Congresso de Aperfeiçoamento Pedagógico aconteceu na cidade de Alegre, buscando, de forma autoritária, a padronização de procedimentos de
ensino com base em uma pedagogia intuitivo-ativa. O Governo Bley preferiu não trazer técnicos de fora do Estado para preparar o magistério local, ao contrário, enviou alguns professores capixabas para aprender as novidades pedagógicas em São Paulo e no Rio de Janeiro. Priorizou, ainda, a formação por meio da leitura individual do professorado, criando uma seção intitulada Vida Educacional, no jornal Diário da Manhã, e a Revista de Educação, equipando as Bibliotecas Irradiantes e Circulantes com publicações indicadas por Lourenço Filho referentes à Escola Nova. Contudo houve baixa procura dos professores por essas leituras. A expansão do ensino normal foi acompanhada de uma formação docente voltada para a praticidade e com esvaziamento teórico.

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