SENTIDO ESPACIAL DE CRIANÇAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL: ENTRE MAPAS, GESTOS E FALAS

Nome: SIMONE DAMM ZOGAIB
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 26/02/2019
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
VÂNIA MARIA PEREIRA DOS SANTOS-WAGNER Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
DENISE MEYRELLES DE JESUS Examinador Interno
ELIANE SCHEID GAZIRE Examinador Externo
GERDA MARGIT SCHUTZ FOERSTE Examinador Interno
SANDRA APARECIDA FRAGA DA SILVA Examinador Externo
VÂNIA MARIA PEREIRA DOS SANTOS-WAGNER Orientador

Resumo: O presente trabalho transita entre as áreas da educação matemática e da educação infantil. Insere-se no campo da geometria com foco no sentido espacial infantil. Resultou da pesquisa realizada com uma turma de crianças entre 4 e 6 anos de uma escola pública de educação infantil no município da Serra-ES. Analisou evidências do sentido espacial da referida turma, que emergiram em suas interações, brincadeiras e tarefas no espaço escolar. A partir do objetivo supracitado, desdobraram-se objetivos específicos, a saber: (1) investigar as relações espaciais evidenciadas pelas crianças, por meio de suas falas, gestos e mapas, enquanto interagem no espaço escolar; (2) verificar articulações entre as relações espaciais evidenciadas e habilidades de orientação espacial e visualização espacial das crianças da turma; e, finalmente, (3) analisar características geométricas e espaciais que as crianças evidenciam tanto na produção como na leitura, interpretação e uso de mapas do espaço escolar. Este estudo apoiou-se metodologicamente em uma base epistemológica interpretativa com uma abordagem qualitativa de investigação. Para alcance dos objetivos elencados, o processo de pesquisa contemplou três fases. A primeira consistiu nos estudos bibliográficos para suporte teórico, no mapeamento de produções científicas a respeito do tema e nos primeiros encontros com as crianças da turma de educação infantil pesquisada. Na segunda fase, foi utilizado um experimento de ensino com um conjunto de tarefas que instrumentalizaram o estudo. Observação participante, tarefas propostas e entrevistas configuraram-se em técnicas de coleta de dados. O registro dessas informações empíricas se deu por meio de anotações em diários de campo, fotografias, audiogravações e videogravações. Essas duas últimas, assim como as entrevistas, foram transcritas para posterior discussão e análise de dados. A escuta das crianças concebidas como sujeitos de direito, históricos, sociais, que atuam e transformam o espaço ao redor permeou todo o processo de investigação. A última fase consistiu na análise retrospectiva dos dados. Nela se constituíram as categorias de análise e a composição dos episódios de pesquisa com base no experimento de ensino realizado. Entre as categorias de análise referentes ao sentido espacial destacam-se: (a) orientação espacial, (b) visualização espacial, (c) imagens mentais, (d) representações externas por meio de mapas, gestos e falas, (e) correspondência representacional, (f) correspondência geométrica e (g)relação self-space-map [eu-espaço-mapa]. A pesquisa realizada apontou como resultado principal que nas interações entre as crianças do estudo, e delas com adultos, com objetos e lugares no espaço escolar, emerge uma “geometria dessas crianças” que, por meio de mapas, gestos e falas, tornaram evidente o sentido espacial infantil. Elas revelaram suas habilidades de orientação espacial e visualização espacial nas relações de localização, posição, direção, distância e perspectiva. Tais relações espaciais foram evidenciadas por essas crianças nas correspondências representacionais e geométricas, bem como na relação self-space-map que constituíram, representaram e modificaram no contexto de suas interações no espaço escolar. O estudo também indicou que existem pontos críticos a serem pensados quanto ao desenvolvimento do sentido espacial infantil tais como (i) localização e direção a partir de pontos de referência, (ii) alinhamento de mapas e movimentos de rotação física e mental, (iii) relações de direita e esquerda. Sugere que essa “geometria das crianças” se torne fundamento de uma “geometria para e com as crianças” nas escolas de educação infantil.

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