A RECONFIGURAÇÃO DOS SUJEITOS DA EJA NO CAMPO: O CASO DA EMEFM MARIANO FERREIRA DE NAZARETH

Nome: FERNANDA RODRIGUES NEVES REINHOLTZ
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 05/08/2019
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
EDNA CASTRO DE OLIVEIRA Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
EDNA CASTRO DE OLIVEIRA Orientador
ELIANE RIBEIRO DE ANDRADE Examinador Externo
ELIZA BARTOLOZZI FERREIRA Examinador Interno
ERINEU FOERSTE Examinador Interno

Resumo: Este trabalho investigou o processo de reconfiguração dos sujeitos camponeses que acessam a Educação de Jovens e Adultos (EJA). Buscou-se averiguar a hipótese de que está ocorrendo um acirramento da chegada de jovens na EJA, que tiveram percurso regular de escolarização e que deixaram a escola recentemente, inclusive sendo migrados no decorrer do ano letivo. Para entender o fenômeno, buscamos conhecer a construção do conceito de juventude, assumindo-a em sua multiplicidade, abandonando a ideia de um grupo uniforme, tomando-a como fruto de relações sociais, a partir dos estudos de Arroyo (2017), Dayrell (2007) e Pais (1990). Na perspectiva da multiplicidade da juventude este trabalho analisou os jovens camponeses (CASTRO, 2005) que, por vezes, não têm encontrado condições de permanecer no ensino regular e que têm acessado a EJA de uma forma crescente. O estudo se insere no campo das políticas educativas (MAINARDES, 2017; 2018), utilizando-se da Perspectiva Epistemológica Pluralista (MAINARDES 2018). Com esta ênfase, a investigação envolveu a interseção dos campos da sociologia da juventude, da educação do campo e da educação de jovens e adultos. Trata-se de um estudo de caso realizado na EMEFM Mariano Ferreira e Nazareth, em Domingos Martins/ES. Foram tomados como instrumentos metodológicos: a análise de documentos na recolha de dados de matrículas na EJA na escola pesquisada, a aplicação de questionários e entrevistas semiestruturadas com 41 alunos e 10 professores, além de 7 diretores de outras unidades de ensino do município. A escuta dos sujeitos permitiu constatar o acirramento do processo de migração e chegada de jovens na EJA de duas maneiras. Nas vozes da maioria dos jovens investigados, eles estão migrando por vontade própria, por conta da necessidade de inserção no mundo do trabalho. Ao ouvirmos os diretores e professores temos que os estudantes estão sendo migrados como vítimas de uma política educacional focada na elevação de índices. Assim, os resultados indicam necessidade de revisão da concepção de EJA no município, de modalidade para atendimento aos que não tiveram acesso à escolarização na “idade certa”, para o atendimento daqueles que, mesmo tendo acesso e percurso regular na escola, sem interromper sua trajetória escolar, migram ou estão sendo migrados para esta modalidade caracterizando uma reconfiguração do perfil dos alunos camponeses que chegam à EJA em Domingos Martins – ES com indícios evidentes de que este fenômeno têm suas raízes no ensino regular.

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