A força do riso como máquina de luta entre a atenção e o apego à vida: cartografias das aprendências em uma escola pública

Nome: SUZANY GOULART LOURENÇO
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 22/11/2019
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
JANETE MAGALHÃES CARVALHO Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ALEXANDRA GARCIA FERREIRA LIMA Examinador Externo
CARLOS EDUARDO FERRAÇO Examinador Interno
JANETE MAGALHÃES CARVALHO Orientador
REGINA HELENA SILVA SIMÕES Examinador Interno
SILVIO DONIZETTI DE OLIVEIRA GALLO Examinador Externo

Resumo: Este trabalho objetiva cartografar indícios que o riso evidencia em relação às possibilidades da atenção à vida e do apego à vida nos movimentos curriculares, que se desdobram em aprendências com professores, professoras e crianças de uma escola pública. Indica que a atenção à vida se relaciona com um certo tipo de resposta às exigências sociais e o apego à vida movimenta o pensamento para além da inteligência, impulsionando, a partir da emoção criadora, aos movimentos e não simplesmente às formas. Defende a tese de que as forças do riso se entrelaçam aos processos aprendentes nos planos de composição da escola, constituindo modos de atenção e apego à vida que deslocam o pensamento e potencializam a invenção e a emoção criadora. Parte, principalmente, das proposições de Henri Bergson, Gilles Deleuze e Félix Guattari. Destaca o cenário político atual como catastrófico, o que gera graves efeitos micropolíticos, visto que propagam a insegurança e o medo do colapso. Observa que, nesse cenário, o riso não é desejado, pois se espera que o automatismo impere e que seja aceito sem delongas, uma vez que, quanto mais automaticamente houver uma adequação às palavras de ordem, mais satisfeitos estarão aqueles que se alimentam da passividade. O estudo problematiza processos de subjetivação que subvertem os tempos capitalísticos, que riem da ideia de que todas as imagens já estão dadas de antemão, uma vez que os processos de subjetivação passam por assujeitamentos, mas também por resistências. Aposta no riso como máquina de luta, como gesto agenciador de movimentos curriculares comunísticos que se opõem ao regime capitalístico, impulsionando um esforço inventivo. Cartografa as aprendências inventadas na Escola Horizontes, escola de ensino fundamental localizada no município de Serra/ES, mais especificamente no bairro Novo Horizonte, por meio de com-versas, observações, imagens e intervenções. Entende a cartografia como feitiçaria por ser produzida como uma pesquisa das alianças e dos contágios, possibilitando fazer ver diferentes linhas que atravessam os processos de subjetivação, os blocos de intensidades e de devires. Pensa ainda o riso e suas potencialidades na visibilização dos sonhos de professores e alunos em relação à escola, indo de encontro às certezas absolutas e permitindo vislumbrar variações e se deslocando dos hábitos adquiridos. Conclui pela força da escola pública como possibilidade de conspirar outros mundos possíveis a partir das tessituras comunísticas dos currículos que fazem um riso bailar nos rostos, trazendo à tona, como em Dom Quixote, o moinho de vento, perturbando nossos esquemas sensório-motores e constituindo devires ao infinito.

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