ILUSTRAÇÕES de Cartilhas Escolares na Primeira República (1889-1930):
a Historiografia da Educação no Espírito Santo por Entre Traços e Espaços em Branco

Nome: VALTER NATAL VALIM CARLOS
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 08/07/2015
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
REGINA HELENA SILVA SIMÕES Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANTONIO HENRIQUE PINTO Examinador Externo
CLEONARA MARIA SCHWARTZ Examinador Interno
JANETE MAGALHÃES CARVALHO Examinador Interno
REGINA HELENA SILVA SIMÕES Orientador

Resumo: Este estudo objetivou investigar significados das ilustrações contidas nas cartilhas utilizadas no ensino primário, no Espírito Santo, na Primeira República, sendo que, nesse recorte temporal, procuramos tomar as duas reformas educacionais capixabas desse período: a Reforma Gomes Cardim (1908-1909) e a Reforma Atílio Vivacqua (1928-1930), como de pontos de referência em nossa investigação. Partindo de uma análise dessas ilustrações no conjunto de projetos políticos, pedagógicos, culturais e estéticos que perpassaram a escolarização no Espírito Santo, procuramos mapear o panorama que contextualizava a produção dessas ilustrações, nas esferas: social, política, econômica, cultural e educacional, procurando compreender suas relações de força e possíveis tensões; investigar se as ilustrações se relacionavam com os métodos de ensino propostos nas cartilhas, procurando estabelecer e compreender a presença ou ausência dessa relação nas práticas pedagógicas propostas para o ensino primário capixaba, nesse período; bem como, verificar quais os possíveis impactos e reflexos das Reformas Educacionais ocorridas na Primeira República, no Espírito Santo, sobre as ilustrações nas cartilhas, procurando identificá-los. Nessa investigação historiográfica, nossa ancoragem teórico-metodológica fundamenta-se em interlocuções com Marc Bloch, em sua perspectiva histórica, onde buscamos compreensão do ofício do historiador, de modo que, privilegiando a multiplicidade das fontes, procuramos tensioná-las a fim de alcançar o seu testemunho histórico; em Ginzburg, construímos fundamentos que nos permitiram tomar o método indiciário como ferramenta de pesquisa, assim como, suas reflexões sobre morfologia das imagens, por meio do método morelliano, e suas aproximações com as teorias warbuguianas, nos embasaram na abordagem histórica e leitura de fontes iconográficas; por fim, em Benjamin, procuramos compreender o contexto de produção das ilustrações, que, pertencendo ao campo de domínio da linguagem da arte, em suas várias formas de expressões, abrangem percepções de mundo, do seu momento histórico. Desse modo, analisando, historicamente, as ilustrações nas cartilhas, percebemos que as mesmas se constituem como indícios que nos oferecem pistas de propostas pedagógicas, tendências metodológicas e políticas públicas, do espaço e tempo de sua produção, circulação e utilização. Portanto, concluímos que as ilustrações têm a potência de narrativas de uma cultura escolar, ao representarem palavras, textos e temas, assim sendo, detêm valores, sentidos e significados. Portanto, enquanto objetos culturais, trazem informações, que registram pontos de vista culturais e escolares das épocas, além dos elementos que desenvolvem habilidades de leitura e escrita. À vista disso, concluímos que as ilustrações e seus significados, que lhe são atribuídos ao longo do tempo nos espaços escolares, se constituem como possibilidades que oportunizam narrativas historiográficas.

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