VOZES NEGRAS NA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO: RACISMO, EDUCAÇÃO E MOVIMENTO NEGRO NO ESPÍRITO SANTO (1978-2002)

Nome: GUSTAVO HENRIQUE ARAUJO FORDE
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 25/02/2016
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
REGINA HELENA SILVA SIMÕES Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANTONIO HENRIQUE PINTO Examinador Externo
JANETE MAGALHÃES CARVALHO Examinador Interno
MARCUS VINICIUS FONSECA Examinador Externo
OSVALDO MARTINS DE OLIVEIRA Examinador Interno
REGINA HELENA SILVA SIMÕES Orientador

Resumo: Esta pesquisa investiga a constituição histórica e os significados atribuídos à educação pelo movimento negro capixaba, interrogando as fontes a partir das seguintes questões: de que modo a educação se constituiu em pauta central do movimento negro no Espírito Santo? Quais usos e sentidos foram atribuídos à educação pelo conjunto desse movimento? De que maneira a militância negra movimenta e mobiliza seus espaços-tempos para o combate ao racismo na educação? De que modo a categoria negro é concebida na agenda política do
movimento negro? Quais implicações o movimento negro tem produzido no contexto da educação escolar? Trata-se aqui de uma prática historiográfica sustentada pela inesgotabilidade e pluralidade das fontes, pela leitura indiciária e entrecruzada dos documentos produzidos e pela problematização de relações de força inerentes aos contextos de produção das fontes consultadas. O período investigado (entre 1978 e 2002) compreendeu a fase de (re)organização do movimento negro no Espírito Santo e o ano que antecedeu a promulgação da Lei nº 10639/2003, sobre a obrigatoriedade do ensino da história e da cultura afro-brasileira e africana nos estabelecimentos oficiais de ensino no Brasil. Foram utilizadas como fontes as narrativas obtidas por meio de entrevistas com militantes negros, relatórios e diretrizes de governo, publicações em jornais, periódicos capixabas, e documentos produzidos
por organizações negras. Na interseção da História da Educação do Espírito Santo com a História do Movimento Negro Capixaba, vozes negras problematizam o ensino, a didática, o currículo, o material de ensino e a formação de professores, à medida que atribuem sentidos e elegem a educação escolar como principal campo de afirmação político-cultural e ascensão socioeconômica da população negra, para além do acesso e permanência dessa população no sistema de ensino. Por outro lado, observou-se que o percurso da militância negra no campo da educação ocorreu entrelaçado a uma práxis na qual não basta incluir conteúdos no currículo; faz-se necessário, também, transformar a educação. Nesse processo de
transformação, a descoberta, o pertencimento identitário e o compromisso histórico coletivo emergem como principais categorias no processo de atribuição de sentidos à prática educativa pautada pela Consciência Negra.

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