OS SENTIDOS ATRIBUÍDOS PELAS CRIANÇAS À CIDADE

Resumo: A partir de um estudo exploratório qualitativo em dez municípios capixabas, esta pesquisa propõe investigar os sentidos atribuídos pelas crianças à cidade. Os sujeitos da pesquisa são crianças com idades de cinco anos, residentes em contextos urbanos e rurais, que frequentam instituições públicas de ensino com maior número de matrículas nesta faixa etária. Situar as crianças no campo de investigação sobre a cidade não é apenas retomar uma história que se configura predominantemente em torno das demandas dos adultos, mas também uma possibilidade de expor alguns constrangimentos que elas passam em função de serem excluídas do planejamento da cidade. Nesse processo de ordenação da cidade, novos enunciados dão conta de expor o paradoxal movimento entre a invisibilidade das crianças e a capacidade das culturas infantis inaugurar novos dispositivos discursivos que permitam construir outras racionalidades da/na cidade. Aqui há mais do que um modo de perceber as crianças na cidade, mas reconhecê-las como produtoras de cultura e de história e não como reprodutoras passivas da cultura de massa. O Estatuto das Cidades (Lei nº 10.257 de 2001) propõe, em suas diretrizes, a gestão da cidade por meio da participação democrática. Tal prerrogativa, infelizmente, não tem se constituído como uma realidade que considera as crianças como sujeitos ativos na formulação das políticas. Desse modo, o estatuto político da criança na cidade contemporânea não é reconhecido e, portanto, não reverbera na urbe, o que indica que as crianças não são reconhecidas no planejamento da cidade e suas narrativas não são ouvidas, portanto não se convertem em políticas públicas. Pesquisar como as crianças expõem modos distintos de habitar a cidade e interpelam por novos espaços e vivências na cidade, nos desafia a pensar uma política para a cidade na perspectiva da infância. É justamente pela possibilidade problematizadora dessas questões que nos interessa investigar, sobretudo em um contexto onde as escolas não podem mais se responsabilizar sozinhas pela educação.

Data de início: 01/08/2015
Prazo (meses): 24

Participantes:

Papelordem decrescente Nome
Aluno Doutorado ÉRIKA MILENA DE SOUZA
Coordenador VÂNIA CARVALHO DE ARAÚJO
Pesquisador ALEXANDRO BRAGA VIEIRA
Pesquisador ROSALI RAUTA SILLER
Pesquisador EDSON MACIEL PEIXOTO
Transparência Pública
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