A CRIANÇA COM SÍNDROME DE MOEBIUS NA EDUCAÇÃO INFANTIL: INCLUSÃO, APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO

Nome: DIRLAN DE OLIVEIRA MACHADO BRAVO
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 01/12/2020
Orientador:

Nomeordem crescente Papel
ROGÉRIO DRAGO Orientador

Banca:

Nomeordem crescente Papel
ROGÉRIO DRAGO Orientador
REGINALDO CÉLIO SOBRINHO Examinador Interno
OCTAVIO CAVALARI JUNIOR Examinador Externo
KARLA VERUSKA AZEVEDO Examinador Externo
GEIDE ROSA COELHO Examinador Interno

Páginas

Resumo: Esse estudo teve como objetivo geral analisar os processos de inclusão,
aprendizagem e desenvolvimento de uma criança com síndrome de Moebius na
educação infantil. Como objetivos específicos, buscou-se tecer compreensões e
apontamentos sobre os conceitos de inclusão, educação infantil e infância, que
emergem do cotidiano da educação infantil; compreender a teoria de Vigotski e sua
relação com a problemática central do estudo; analisar a prática pedagógica voltada
ao processo de inclusão, aprendizagem e desenvolvimento da criança com a
Síndrome de Moebius na educação infantil. No que tange ao desenvolvimento desta
pesquisa, optou-se por assumir como aporte os pressupostos teórico-filosóficos da
abordagem sócio-histórica, com base nas contribuições teóricas de Vigotski que
concebia o sujeito como possuidor de história e cultura, capaz de produzir e
reproduzir a sociedade e novos conhecimentos, respeitando a individualidade e
subjetividade do outro e de si próprio. Com a finalidade de alcançar os objetivos
propostos, empregou-se a abordagem qualitativa, e como metodologia utilizou-se o
estudo de caso, pois esse tipo de estudo tem a preocupação de estudar o homem
como unidade de corpo e mente, ser biológico e ser social da espécie humana e
participante do processo histórico. Como procedimentos para a produção de dados,
foram utilizados como ferramentas a observação participante, a entrevista
semiestruturada, a videogravação, a fotografia (imagem) e o diário de campo. Esse
estudo teve como lócus de pesquisa um Centro de Educação Infantil localizado no
município de Cariacica/ES. Foram sujeitos dessa pesquisa uma criança de quatro
(04) anos com diagnóstico clínico de síndrome de Moebius, a professora regente, a
professora colaboradora das ações inclusivas, a professora de arte, o professor de
educação física, a mãe da criança e a diretora. Foram nos momentos de
investigação e de produção de dados que surgiram as análises das categorias,
evidenciando que crianças com síndromes raras, como a de Moebius, a partir das
relações vividas/estabelecidas entre as práticas pedagógicas, por meio da mediação
que ocorrem na esfera social, desenvolvem-se. Nesse sentido, as relações
interpessoais, no que tange ao desenvolvimento do psiquismo humano,
possibilitaram: perceber que sentimentos como o respeito, o afeto e a amizade uns
pelos outros são fundamentais para que ocorra a mediação e a constituição de
práticas educativas; entender que as situações de brincadeira são imprescindíveis
para a aprendizagem e o desenvolvimento, possibilitando avanços sociais e
cognitivos; compreender que o protagonismo infantil faz com que a criança
desenvolva sua identidade pessoal, construindo assim seu mundo social.
Considerando o objetivo geral, enfatiza-se que os processos de inclusão,
aprendizagem e desenvolvimento de uma criança com síndrome de Moebius surgem
do resultado da combinação da história do sujeito com o meio social, da mediação
realizada e das adequações para o ensino que tangenciam novas/outras
possibilidades de se pensar e desenvolver práticas pedagógicas. Partindo dessa
concretude, podemos advogar que crianças com síndromes raras, como a de
Moebius, podem aprender e se desenvolver como quaisquer outras crianças e,
quando o meio educacional é pensado e planejado para a inclusão, o aprendizado e
o desenvolvimento acontecem de modo equânime, quando associado aos objetivos
da educação que, no caso dessa tese, é a educação infantil. Por fim, o estudo
revelou que, quando a escola de educação infantil e seus profissionais entendem
que a assimilação do conhecimento pela criança depende de estímulos desafiadores, provocativos, instigantes e criativos, é possível que o sujeito seja
conjeturado como um ser social que produz e reproduz histórias, cultura e
conhecimento.

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