ATRAVESSAMENTOS ENTRE AVALIAÇÃO E MEDICALIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: COMO FICAM AS CRIANÇAS NESSE PROCESSO?
Nome: SIMONE NASCIMENTO LOUREIRO
Data de publicação: 30/09/2024
Banca:
Nome |
Papel |
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| JAIR RONCHI FILHO | Presidente |
| MARIA RIZIANE COSTA PRATES | Examinador Externo |
| VITOR GOMES | Examinador Interno |
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo geral analisar possíveis implicações entre a avaliação do processo de aprendizagem das crianças concluintes da etapa da Educação Infantil de um Centro Municipal de Educação Infantil de Vitória e a medicalização da infância. Foi desenvolvido a partir da linha de pesquisa “Práticas Educativas, Diversidade e Inclusão Escolar” do Programa de Pós-Graduação Profissional em Educação da Universidade Federal do Espírito Santo. Também procuramos, neste trabalho, conhecer como ocorrem os processos de avaliação instituídos a partir de diferentes sujeitos e de diferentes espaços-tempos e como estes colaboram (ou não) com o processo de medicalização das crianças, além de analisar os dados contidos nos Relatórios Descritivos elaborados pelo CMEI, nas turmas de Grupo 6, no que concerne à temática estudada. Nos apoiamos em referenciais teóricos diversos para compreendermos os conceitos de medicalização e de avaliação, dentre os quais destacamos, Illich (1975), Foucault (1977) e Moysés e Collares (1996) que nos levam a pensar, para além da origem do termo, sobre o processo crescente de medicalização de crianças diagnosticadas com as “doenças do não aprender” e Hoffmann (1996), Esteban (2006) e Patto (1999) que nos ajudam a entender a avaliação como uma necessidade de considerar as diferenças que constituem a crianças como sujeitos sociais e individuais. Como metodologia, nos apoiamos na utilização de uma variação de instrumentos que se iniciou com a análise de documentos e seguiu com entrevistas semiestruturadas aos diferentes sujeitos da pesquisa, sempre tendo como foco a necessidade de considerar as observações do pesquisador sobre o entorno desses processos para a realização da análise que sustenta este trabalho. Continuando nesse caminho, além da dissertação ora apresentada, originou-se, como Produto Educacional, um videocast composto por diálogos sobre avaliação e medicalização e sobre como a criança tem sido pensada nesse contexto. Espera-se, como resultado desta pesquisa, a problematização acerca de possíveis implicações da medicalização na avaliação da aprendizagem das crianças que podem, muitas vezes, vir a favorecer a produção de laudos clínicos. Nesse sentido, é importante buscar compreender os processos de avaliação das crianças, levando em conta seu percurso e tempo de aprendizagem, reservando-lhes a garantia do direito de serem avaliadas em suas singularidades.
