AS TEIAS QUE MOVEM A FORMAÇÃO CONTINUADA DE DOCENTES DO ENSINO SUPERIOR E SUAS PRÁTICAS INCLUSIVAS: ENTRELACES ENTRE BRASIL E MÉXICO

Nome: ROSALBA LIMA COUTINHO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 23/08/2018
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
REGINALDO CÉLIO SOBRINHO Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
LUCYENNE MATOS DA COSTA VIEIRA-MACHADO Examinador Interno
REGINALDO CÉLIO SOBRINHO Orientador
SILVANA VENTORIM Examinador Interno

Resumo: Este estudo tem por temática a formação continuada de docentes do ensino superior na perspectiva da Educação Especial. O trabalho investigativo tomou por objeto de estudo dois processos de formação continuada voltados para docentes que atuam em classes de ensino superior. A organização do primeiro processo de formação, intitulado Estratégias de ensino e aprendizagem para o cuidado das pessoas com deficiência visual, ocorreu em três módulos e pretendeu atender os docentes atuantes na Universidad Veracruzana campus Xalapa, estado de Veracruz (MEX). A Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) realizou o segundo processo formativo que teve por objetivo proporcionar aos docentes uma reflexão crítica sobre as questões educacionais do ensino superior, bem como subsidiar sua formação didática e pedagógica para a docência nesse nível de ensino. Tratou-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, delineada no escopo dos estudos comparados internacionais. Procedeu-se à coleta de dados com suporte em documentos institucionais, aplicação de questionários e realização de entrevistas semiestruturadas envolvendo um grupo de docentes brasileiros e mexicanos que participaram dos cursos que tomamos por objeto de estudo. Nossas reflexões e discussões tomam como referência os pressupostos da Sociologia Processual ou Figuracional, elaborada por Norbert Elias, focalizando especialmente os conceitos de figuração e interdependência (ELIAS, 1994, 2001) em diálogo com a literatura que versa sobre formação continuada para docentes. Observamos que os professores buscaram, na formação continuada, “novos caminhos” para enfrentar as dificuldades que eles julgavam que também eram recorrentes no trabalho de outros docentes da própria instituição. Na perspectiva dos participantes, a formação continuada contribuiu no percurso profissional e pessoal dos docentes que desejam qualificar seu trabalho. A maioria dos participantes destacou avanços em seu trabalho docente após a realização do curso. Para eles, a formação continuada impulsionou uma revisão do processo educativo, provocando-lhes uma procura por mecanismos/estratégias não habituais de ensino. Tais aspectos levam a ressaltar a necessidade de compreender a formação de professores como espaço indispensável para a reflexão sobre a melhoria das condições objetivas e subjetivas para a realização do trabalho docente. Foi possível observar que as experiências de formação realizadas no âmbito das duas universidades vêm requerendo que essas instituições estabelecessem diálogos com os outros níveis de ensino, instigando novos debates e proposições políticas que motivem mais efetivamente a continuidade dos estudos pelos alunos com deficiência. Essas experiências formativas com os docentes também colaboraram para o rompimento com a formulação (histórica) de que as buscas pelos conhecimentos escolares são exclusivamente de responsabilidade da família e/ou da própria pessoa com deficiência. Finalmente, com base nos dados sistematizados neste estudo, a universidade, pela via de uma política institucional que comporte a garantia de espaços comuns de diálogo e de formação docente, poderá contribuir para/na legitimação de movimentos que ressignifiquem as concepções e as práticas de ensino, garantindo uma educação de qualidade social para todos.

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