EJA SEMIPRESENCIAL NA REDE ESTADUAL DO ESPÍRITO SANTO: SIGNIFICAÇÕES DA OFERTA SEGUNDO DISCENTES, DOCENTES E GESTORAS DIANTE DOS AGRAVAMENTOS DA PANDEMIA DE COVID-19

Nome: JUSSARA DA SILVA BAPTISTA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 31/03/2022
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
EDNA CASTRO DE OLIVEIRA Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
EDNA CASTRO DE OLIVEIRA Orientador
MARCELO LIMA Examinador Interno
MARIA JOSÉ DE RESENDE FERREIRA Examinador Externo

Resumo: Esta pesquisa buscou compreender, nas perspectivas dos sujeitos, em que aspectos a Educação de Jovens e Adultos (EJA) Semipresencial, política implementada pela Secretaria de Educação do Espírito Santo, entre 2016 e 2020, afetou o direito à educação e fragilizou a prática docente, incluindo os agravamentos do período pandêmico. A proposta de oferta para a modalidade previa aulas presenciais em três dias da semana, e o ensino a distância como complementação da carga horária. O estudo teve como perspectiva teórica o pensamento decolonial latino-americano (DUSSEL, 1993, 2004; QUIJANO, 2005; MIGNOLO, 2017; FREIRE, 1967, 1987), abordagem que denuncia, como marcas não superadas do colonialismo, estruturas de poder que agem perpetuando a exclusão de classes populares da América Latina, das quais o público-alvo da EJA é, historicamente, integrante (BRASIL, 2000). De caráter qualitativo (GODOY, 1995), a pesquisa fez a opção metodológica pela educação popular (FALS BORDA, 2016), que questiona padrões da ciência eurocêntrica e se abre a outras metodologias, no caso deste estudo, a conjugação com entrevistas aprofundadas, de ethos cartográfico (LIMA, 2004; TEDESCO; SADE; CALIMAN, 2013), com quatro gestoras, dez docentes e dez discentes da EJA Semipresencial. Todos os relatos passaram pela análise de conteúdo (BARDIN, 2021) e, na sequência, as inferências obtidas foram confrontadas com documentos oficiais. Os resultados revelaram que o modelo de oferta não disponibilizou aos estudantes ambiente virtual de aprendizagem e/ou material didático impresso adequado aos estudos não presenciais, adaptados à realidade da modalidade. Também tornou instável o trabalho dos(as) professores(as), que tiveram redução de carga horária e não recebiam pelas aulas não presenciais. Revelou-se, assim, uma proposta precária de Educação a Distância (EAD) conjugada à EJA, panorama agravado pelos estudos remotos, significando retrocessos ao direito à educação de qualidade (BRASIL, 1988). Os resultados evidenciaram, ainda, que políticas neoliberais foram determinantes para a criação da EJA Semipresencial, como forma de reduzir os custos com o ensino noturno (Fundamental e Médio) nas escolas estaduais.

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