TRABALHO E FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DE EDUCAÇÃO ESPECIAL DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19:
PRECARIZAÇÃO, RESISTÊNCIA E LUTA

Nome: GIANNI MARCELA BOECHARD MAGALHAES

Data de publicação: 01/08/2023

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
SONIA LOPES VICTOR Orientador

Resumo: O Brasil, a partir do ano de 2020, por conta da pandemia da covid-19, deu início a medidas
políticas e emergenciais adotando o teletrabalho como possibilidade de garantir o ensino
por meio do atendimento remoto. A tese deste estudo evidencia o fato de a necessidade de
distanciamento social, em função da pandemia da covid-19, tornar o campo educacional -
em suas ações de formação continuada de professores e de atendimento escolar - propício
para consolidar a expansão da privatização da educação fortalecida pela ampliação do
mercado de tecnologia educacional. Nessa direção, as plataformas virtuais apareceram como
ferramentas de flexibilização e precarização do trabalho docente de forma concomitante.
Nesse sentido, mesmo sob condições precarizadas, as formações continuadas ofertadas
visaram contribuir com os planejamentos e práticas docentes, no entanto, mostraram-se
insuficientes para garantir o direito à educação dos estudantes das escolas públicas,
sobretudo, aqueles que têm esse direito historicamente negado e enfrentam preconceitos e
discriminação na sociedade, como os estudantes público-alvo da educação especial, bem
como, para formação, que deveria ter como meta um horizonte humanizador e de
emancipação para todos os estudantes. Posto isso, esta pesquisa tem por objetivo investigar
o trabalho docente do professor de educação especial, no contexto de pandemia da covid-19,
considerando a formação continuada de professores da educação especial de um dado
município do Espírito Santo. Utilizamos como referencial teórico-metodológico o
materialismo histórico-dialético visando à compreensão dos determinantes sociais, da
estrutura e da dinâmica do objeto de estudo, a fim de reproduzir, no plano ideal, a sua
essência. Para tanto, recorremos aos estudos bibliográfico, documental e de caso. Mediante
a análise dos dados encontrados, percebemos que a adoção do teletrabalho, como
possibilidade de manter a oferta de ensino no contexto de pandemia da covid-19, promoveu
a flexibilização do trabalho docente por meio dos recursos tecnológicos: plataformas
virtuais (Google Classroon, WhatsApp, Meet, Facebook, Youtube), celular, televisão entre
outros. Esses recursos foram adotados sem que todos os professores tivessem condições
concretas de acesso e formação mínima. As iniciativas realizadas no campo da formação
continuada para apropriação do conhecimento dos professores para manusear as plataformas
virtuais e os conhecimentos necessários à sua ação pedagógica, associadas às condições
precarizadas de seu trabalho não foram suficientes para manter o ensino e atender as
demandas produzidas no momento, muitas das quais históricas e estruturais. Essas
condições trouxeram implicações significativas ao atendimento educacional de estudantes
público-alvo da educação especial, especialmente, para aqueles com deficiência como o
esvaziamento dos conhecimentos e a redução e inconsistência do seu atendimento escolar.

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