EDUCAÇÃO POPULAR COMO PRÁTICA HISTÓRICA E SOCIAL NA LUTA DOS ATINGIDOS POR BARRAGENS DO ES

Nome: MONNIQUE GREICE MALTA CARDOSO

Data de publicação: 28/03/2023

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EDNA CASTRO DE OLIVEIRA Orientador

Resumo: A presente pesquisa de mestrado tem como temática a educação popular e o crime socioambiental no Rio Doce. Seu objetivo é analisar as práticas realizadas em oficinas de capacitação desenvolvidas durante a experiência ComRio ComMar Opinião Popular (CRCMOP), que buscou a implementação de uma tecnologia social de governança participativa junto aos territórios capixabas atingidos pela lama tóxica de rejeitos de minérios da Samarco, oriunda do rompimento da barragem de Fundão (MG). O estudo parte da hipótese de que as ações educativas nas oficinas, tiveram como pressupostos teóricos metodológicos assumidos nas práticas da educação popular. Por conseguinte, a partir da tomada de consciência sobre sua nova realidade, enquanto atingidos, mobilizaram seus territórios denunciando os impactos socioambientais decorrentes do crime da Samarco. A opção metodológica foi assumida pela sistematização de experiência como uma forma de fazer pesquisa na educação popular que busca refletir criticamente sobre o percurso vivido e produzir novos conhecimentos e saberes. Para tal lançamos mão dos materiais produzidos para as oficinas, bem como de entrevistas com seis sujeitos participantes dentre atingidos, pesquisadores da Rede CRCMOP e da Defensoria Pública do Estado do Espírito Santo (DPES). Os resultados indicam que as práticas desenvolvidas nas oficinas tomaram os princípios da Educação Popular como referência. Ao passo que os sujeitos educandos foram se conscientizando acerca da totalidade na qual estavam envolvidos pelos rejeitos da lama, engajaram-se e mobilizaram-se em suas comunidades, buscando seus direitos. Ao pensarem os impactos humanos concernentes ao crime, reafirmam as premissas de Paulo Freire, de que assumir a conscientização como um compromisso histórico, implica uma nova postura dos sujeitos para refazerem o mundo. Verificou-se também que a interação Academia, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e comunidades atingidas se deu pela aproximação com a pedagogia freireana, uma vez que trata-se de uma coletividade reivindicando direitos, cuja mobilização busca por transformações sociais.

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