O EXAME NACIONAL PARA CERTIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIAS DE JOVENS E ADULTOS – ENCCEJA SOB O OLHAR DOS ESTUDANTES: ENSEJO /OU IMPERTINÊNCIAS?

Nome: TALITA VALADARES

Data de publicação: 29/09/2023

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
EDNA CASTRO DE OLIVEIRA Orientador

Resumo: Esta pesquisa investiga a migração dos estudantes do Ensino Médio da Educação Básica para a certificação pelo Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), no período entre 2017 e 2019, no município de Ouro Preto-MG sob a perspectiva dos estudantes. Teve como objetivo analisar criticamente em que a indução do exame possibilitou o avanço pessoal e profissional dos jovens e adultos que migraram do Ensino Médio para a certificação da Educação Básica, no contexto das redes federal e estadual do município. A hipótese que guiou a investigação é a de que os jovens optam pela migração por várias razões, supostamente para atender demandas pessoais, ora para inserção no mercado de trabalho, ora para dar continuidade aos estudos, em nível de ensino superior. O aporte teórico-epistemológico envolveu interlocuções nas interfaces dos campos da Política Educacional, da Sociologia, da Teoria Crítica e Sociologia Política da Educação, da Avaliação Educacional e do campo da Educação de Jovens e Adultos, tendo Paulo Freire como elo de conexão e produção. De abordagem qualitativa, o estudo tem como opção metodológica o ciclo de políticas a partir de Ball e Mainardes e a análise documental com Cellard. Os instrumentos utilizados na produção dos dados foram o questionário e a entrevista narrativas de vida, na perspectiva da Etnossociologia de Bertaux. Os resultados evidenciam, com base nas narrativas dos sujeitos, no contexto da prática, que os jovens interpretam a política de forma individualizada a partir de suas vivências desconhecendo a finalidade para o qual o Exame foi criado. Apontam uma avaliação positiva do Encceja, sendo que a reprovação constitui o principal motivo que levou os jovens a fazerem a migração da Educação Básica para a certificação na EJA, além de acelerar os estudos, e permitir o acesso ao mercado de trabalho e à Universidade. Por outro lado, no processo de migração se confirma a tese que se busca sustentar de que o Encceja tem se restringido à correção de fluxo, e para além disso tem levado jovens em processo regular de escolarização, portanto não oriundos da EJA, a migrarem para a certificação em detrimento da conclusão de seu percurso de escolarização na Educação Básica, abrindo mão do processo formativo a que têm direito. Como tal, o Encceja se apresenta como exemplo de sobreposição de políticas públicas de educação em nível nacional, contribuindo para a flexibilização do Ensino Médio e para o esvaziamento da Educação Básica e da Educação de Jovens e Adultos.

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