A mediação pedagógica na incusão da criança com autismo na educação infatil

Nome: FERNANDA DE ARAUJO BINATTI CHIOTE
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 17/10/2011

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ALEXANDRA AYACH ANACHE Examinador Externo
IVONE MARTINS DE OLIVEIRA Orientador
MARIA APARECIDA SANTOS CORRÊA BARRETO Examinador Interno
SONIA LOPES VICTOR Examinador Interno

Resumo: Este estudo teve como objetivo analisar o papel da mediação pedagógica na inclusão da criança com autismo, compreendendo a mediação como processo de significação e constituição dessa criança na educação infantil, favorecendo a apropriação de práticas culturais historicamente delimitadas nesse espaço, no desenvolvimento da consciência de si e do outro. Foi realizado um estudo de caso em um Centro Municipal de Educação Infantil do município de Cariacica-ES, tendo como sujeitos a criança com autismo, suas professoras e as demais crianças de sua turma. A perspectiva histórico-cultural constituiu a base teórica e metodológica, representada pelos estudos de Vigotski (1983, 1997) e de outros autores que compartilham desse referencial e consideram que os sujeitos se constituem e desenvolvem nas condições concretas de vida, a partir das relações e interações que lhes são possibilitadas, dando relevância ao papel do outro e da linguagem nos processos mediados. Os dados foram coletados a partir da observação participante, entrevistas e análise documental, com registro em diário de campo, videogravações e fotos. A organização e análise de dados se apoiaram na abordagem microgenética na busca de desvendar os processos de desenvolvimento. A atuação das professoras no início do estudo estava vinculada às concepções que tinham sobre o autismo, baseadas na incapacidade e limitação da criança. As análises indicam que a mudança de olhar para a criança com autismo, percebendo-a como sujeito, bem como suas formas de se perceberam como professoras de uma criança com autismo na educação infantil foram se constituindo na medida em que era realizado o movimento de inserir essa criança em seu grupo para que ela se percebesse e se organizasse a partir da vivência coletiva nos diferentes tempos e espaços do CMEI. As mediações pedagógicas se construíram num processo de orientar as ações da criança com autismo para o que era esperado dela (e das demais crianças) numa determinada situação, num fazer para/com ela, favorecendo, a partir da orientação, a regulação do outro. O investimento do adulto na participação dessa criança, como sujeito das/nas práticas escolares/culturais, rompeu com o isolamento dela e possibilitou a construção de uma nova imagem, a de quem pode aprender com o outro. Essa nova imagem aproximou as crianças do grupo da criança com autismo, o que favoreceu a ampliação das experiências tipicamente infantis, como o brincar, na relação com seus pares e não apenas com o adulto. Nossas reflexões apontam que, no espaço da educação infantil, a mediação pedagógica pode favorecer o desenvolvimento da criança com autismo, permitindo a ela apropriações e compartilhamento de sentidos mais amplos e complexos em relação ao meio físico e social e a si própria nesse contexto.

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