"Aqui é minha raiz": o processo de constituição identitária da criança negra na comunidade Quilombola de Araçatiba/ES

Nome: TÂNIA MOTA CHISTÉ
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 28/09/2012

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
GEORGINA HELENA LIMA NUNES Examinador Externo
MARIA APARECIDA SANTOS CORRÊA BARRETO Orientador
OSVALDO MARTINS DE OLIVEIRA Examinador Externo
ROGÉRIO DRAGO Examinador Interno

Resumo: Esta dissertação investiga a criança negra quilombola em seus processos de constituição identitária a partir das vozes das crianças que moram na comunidade quilombola de Araçatiba/ES, considerando suas experiências individuais e coletivas. O trabalho de pesquisa foi desenvolvido na comunidade quilombola de Araçatiba/ES, principalmente, no Programa Arca das Letras (Programa de Biblioteca Rural do Ministério do Desenvolvimento Agrário), envolvendo as crianças que nesse lugar se encontravam. Esta pesquisa busca olhar a criança como sujeito e ator social nas relações, compreendendo-a como produzida e produtora de história, de cultura. Para fundamentar este estudo, utilizou-se a abordagem histórico-cultural, tendo como aporte as concepções de Vigotski (2000, 2007, 2008) sobre a função da sociedade e da cultura na constituição do sujeito. Nesse movimento, busca um diálogo com alguns autores como Sarmento (1997, 2004, 2005, 2007, 2008), Corsaro (2005, 2009), Kramer (2002, 2003), entre outros que têm apontado a necessidade de se conhecer melhor a criança e suas infâncias na concretude de suas vivências e experiências. Para compreender as questões etnicorraciais e suas implicações na constituição identitária e na educação da criança negra, busca autores como Cavalleiro (2001, 2005), Munanga (1996, 1998, 1999, 2004, 2008), Gomes (2001, 2007), André (2008), Oliveira (2001, 2005, 2012), entre outros que pesquisam essa temática. O método utilizado é o Estudo de Caso do tipo etnográfico, que orientou os trabalhos no processo de produção dos dados, utilizando como instrumentos a observação participante e entrevistas semiestruturadas, aqui denominadas de conversas, além de fotografias, desenhos e relatos orais. O estudo realizado possibilitou compreender como as ideologias racistas se construíram e se naturalizaram ao longo da história da população negra no Brasil e como isso continua afetando negativamente a constituição identitária do sujeito criança negra. Consta, ainda, que outras histórias estão sendo construídas a partir da luta das comunidades quilombolas pela regularização de seus territórios e pelo reconhecimento de seu patrimônio cultural, o que, de certa maneira, vem esboçando outras possibilidades de experiências fundamentais para a constituição dessa criança negra quilombola. A convivência e o diálogo com essas crianças apontam a necessidade de se reverem as importâncias e desimportâncias que damos às coisas e sinalizam para outras novas possibilidades de constituição identitária de si que poderão, se potencializar se forem compreendidas as importâncias das mediações nesse processo de transformação do modo de ser e estar sujeito negro em nossa sociedade.

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