EDUCAÇÃO, INDUSTRIA CULTURAL E RESSENTIMENTO NO SERIADO TODO MUNDO ODEIA CHRIS
Nome: GIANNI MARCELA BOECHARD MAGALHÃES
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 22/07/2016
Orientador:
Nome | Papel |
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ROBSON LOUREIRO | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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MARIA AMÉLIA DALVI SALGUEIRO | Examinador Interno |
PRISCILA DE SOUZA CHISTÉ LEITE | Examinador Externo |
ROBSON LOUREIRO | Orientador |
WILBERTH CLAYTHON FERREIRA SALGUEIRO | Examinador Interno |
Resumo: Esta dissertação tece considerações sobre a ação dos meios de comunicação de massa no processo de formação das subjetividades de crianças e adolescentes. O objeto de estudo é o seriado Todo mundo odeia o Chris, programa de televisão com altos índices de Ibope na televisão brasileira, indicado por 24 dos 25 alunos de uma turma de Ensino Fundamental, no município de Vila Velha. O problema da pesquisa diz respeito à produção do ressentimento validado pelos media, no sentido de se perceber o que esse sentimento pode desencadear nas relações sociais. Parte-se das seguintes hipóteses: a) sentimentos de inferioridade podem ser produzidos e/ou agravados por meio da mediação da indústria cultural, que formata o sentido da vida pelos media e contribui para o processo sermiformativo (Halbildung), o que pode ser um dos principais motivadores da adaptação dos sujeitos; b) a falta de elaboração do passado, quer seja individual ou coletiva, pode ser um dos fatores que tendem a perpetuar as convicções dos sujeitos, principalmente no que se refere à formação das subjetividades. A partir de alguns diálogos, de personagens do seriado, propõe-se analisar o conceito de ressentimento, bem como suas possíveis consequências. De cunho teórico-analítico, a partir de uma abordagem qualitativa a pesquisa recorre à Teoria Crítica da Sociedade de Theodor Adorno, em diálogo com aspectos da filosofia de Nietzsche bem como com a tradição da teoria psicanalítica. A partir dos estudos de Adorno, foi possível verificar que a indústria cultural tem um papel decisivo na orquestração de gostos e desejos dos seres humanos, bem como promove a ideologia de que ser submisso é a única condição possível para uma determinada classe. No entanto, quando os sujeitos ressentidos não conseguem mais sublimar o ódio, esses se voltam contra alguém, e é devastador. Uma possível saída, de acordo com Adorno, é a realização de uma cristalina elaboração do passado, no sentido de elevar, ao nível da consciência, os restos abandonados nos escombros da história individual e coletiva , pôr-se em busca da origem subjetiva e objetiva que condiciona a existência das ações que significam o agora.