OS ENTRELUGARES EDUCAÇÃO INFANTIL - ENSINO FUNDAMENTAL: O QUE PODEM OS CURRÍCULOS TECIDOS COM OS COTIDIANOS DAS ESCOLAS?

Nome: TAMILI MARDEGAN DA SILVA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 19/12/2018

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
CARLOS EDUARDO FERRAÇO Orientador
JANETE MAGALHÃES CARVALHO Examinador Interno
MARIA REGINA LOPES GOMES Examinador Externo

Resumo: Este estudo é um mergulho (ALVES, 2001) nos cotidianos de uma EMEIEF (Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental) atravessados pelos movimentos infantis na tessitura dos currículos. Em meio às macropolíticas curriculares voltadas para essas etapas, estão as microações cotidianas (CERTEAU, 2014) que ajudam esta pesquisa a sustentar a ideia de que um currículo escrito por uma literatura menor (DELEUZE; GUATTARI, 2017), produzido pelas infâncias, é intensificador das aprendizagens e precisa ocupar espaço nas discussões educacionais. Na educação menor (GALLO, 2016), que se infiltra na educação régia, encontra-se a verdadeira potência do currículo realizado (FERRAÇO, 2011) que vai
além do que é pensado oficialmente para acontecer na escola. Com inspirações metodológicas advindas das pesquisas com os cotidianos (FERRAÇO, 2003), esta escrita trata dos currículos tecidos nos entrelugares (BHABHA, 2013) educação infantil-ensino fundamental, problematizando os processos que movimentam esse rizoma educacional, bem como as composições possíveis nesses encontros dentrofora (ALVES, 2010a) dos espaços-tempos escolares. O que se tensiona aqui é uma educação afetada pelo devir-criança (DELEUZE; GUATTARI, 2012b) que age como uma máquina de guerra em defesa das infâncias e militando contra as acropressões, pois defende que não há idade demarcada para os processos educativos, conforme apontam os determinismos das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) e, especialmente, da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). As políticas prescritivas curriculares evidenciam a predominância da alfabetização tanto na educação infantil (EI) quanto no ensino fundamental (EF), mesmo que na primeira etapa ela apareça mais velada e nos anos iniciais ela se apresente de forma explícita, categorizando as etapas como opostas, mas que comungam da necessidade da alfabetização para promover a linearidade desejada para uma transição segura entre elas. Questiona,
dessa maneira, que a alfabetização vai muito além desse caminho estandardizado, assim como as transpassagens entre EI-EF, que superam qualquer lógica de binarismos. Este trabalho aponta, portanto, que a macropolítica tende a impor tempos, idades, séries e maneiras para os praticantes (CERTEAU, 2014) que não abarcam por completo o poder transversal dos currículos que rasgam com o que é instituído.

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