DISSIDÊNCIAS DE GÊNERO E SEXUALIDADE NA FORMAÇÃO EM PSICOLOGIA: DOS PERCURSOS MARGINAIS ÀS LINHAS TRANSVERSAS

Nome: MARIA CAROLINA FONSECA BARBOSA ROSEIRO
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 19/09/2022
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
MARIA ELIZABETH BARROS DE BARROS Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ALEXSANDRO RODRIGUES Examinador Interno
CARLOS EDUARDO FERRAÇO Examinador Interno
MARCO JOSÉ DE OLIVEIRA DUARTE Examinador Externo
MARIA ELIZABETH BARROS DE BARROS Orientador
PEDRO PAULO GASTALHO DE BICALHO Examinador Externo

Resumo: Neste trabalho buscamos acompanhar movimentos antidisciplinares (Certeau) na formação em
psicologia, por meio de entrevistas cartográficas, propostas como conversação com as pessoas
participantes da pesquisa, a partir das interferências dos ativismos de gênero e sexualidade nas
práticas curriculares hegemônicas, como dissidências ao paradigma da normalidade que
fundamenta a disciplinarização deste campo de saber-poder. Buscando transversalidades
contradispositivas destes regimes de verdade normalizadores e disciplinares dos saberes psi,
intencionou-se a transcriação em narrativas compostas entre-conversações, como atualização de
memórias dos cotidianos formativos, em história oral. Acompanhando uma perspectiva crítica às
práticas disciplinares na produção de conhecimento, de acordo com Foucault e Certeau,
consideramos alianças, rupturas e intercessores referenciais entre ativismos e vivências dos
gêneros e sexualidades nos processos formativos na graduação em psicologia, buscando compor
conversações que se agenciaram como movimentos antidisciplinares no campo. A proposta
metodológica se orientou por uma atenção cartográfica e como pesquisa com os cotidianos,
aliada à história oral, por meio de tecnologias online de comunicação, tendo em vista o
distanciamento social e o contexto de aulas e atividades remotas no período da realização do
campo de pesquisa, pela condição de emergência sanitária da pandemia da Covid-19. Na busca
por uma cartografia de cotidianos, as conversações agenciaram-se como atualização de
memórias, que se compõem na experiência vivida narrada, entre práticas docentes, proposições
curriculares e processos formativos disparados pelas interferências de ativismos feministas e
LGBTI+ nas políticas educacionais da graduação em psicologia. Situamos este campo de
pesquisa em narrativas da graduação em psicologia na Universidade Federal do Espírito Santo
(UFES), entre os anos 2000 e 2020, sendo realizadas entrevistas que, em composição com a voz
narrativa da autoria de pesquisa, contornaram-se como sete personas narradoras, por meio da
transcriação. Conclui-se que os paradigmas de neutralidade e de normalidade na produção de
conhecimento e na formação em psicologia são tensionados com modos de ocupação dos
espaços-tempos da universidade que se expandem com a presença dos corpos dissidentes do
gênero, da sexualidade e da racialidade hegemônicas, ampliada nesse período não somente pelas
políticas de cotas e de acesso à graduação pública federal, mas também pela ampliação das
transversalidades e dispositivos formativos no cotidiano do currículo praticado e vivido. Corpos
em aliança, como nos referenciamos com Butler, para afirmar, nos processos formativos,
políticas de reconhecimento e movimentos discursivos que estão em permanente luta contra a
condição precária dos percursos marginais à normalidade curricular e subjetiva, assim como em
expansão dos modos de subjetivação que articulam-se em linhas transversas de práticas de
resistência pelo direito de aparecer nos espaços-tempos e nos discursos da formação, não mais
como objetos e desvios de curso, mas como corporificação vivida que produz sua formação e
formas de solidariedade que contestam as fronteiras da precariedade como campos de privação
de reconhecimento e de produção de conhecimento.

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