O que se passa nos processos formativos? o labor de um êthos na produção de si.

Nome: JANAÍNA MARIANO CÉSAR
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 08/11/2013
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
MARIA ELIZABETH BARROS DE BARROS Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANA PAULA FIGUEIREDO LOUZADA Examinador Externo
CARLOS EDUARDO FERRAÇO Examinador Interno
EDUARDO HENRIQUE PASSOS PEREIRA Examinador Externo
HELIANA DE BARROS CONDE RODRIGUES Examinador Externo
MARIA ELIZABETH BARROS DE BARROS Orientador

Resumo: Este trabalho problematiza a experiência formativa, afirmando-a em uma perspectiva ampliada, que inclui a formação oficial, escolarizada, e a expande em possibilidades. Convida pensar a formação como experiência de subjetivação, de construção de si e do mundo. Considera, portanto, que a construção e modificação do que somos tem como superfície de elaboração as práticas cotidianas. Tendo como intercessor Michel Foucault e seu uso da leitura de gregos e romanos, acompanha na história do pensamento ocidental a produção de uma formação, cuja relação com a verdade residiria no princípio do conhecimento de si. Nesta, a produção de conhecimento condiciona-se a verdades já disponíveis, somente a espera de descobrimento, através de instrumentos adequados. Nessa proposta formativa, não se pediria do sujeito nenhum trabalho ético de transformação para acesso à experiência do conhecer. Afirma, por consequência, uma política formativa aliançada ao princípio do cuidado de si, que ainda que sobrepujado, convive em nossas práticas. Nesta outra política, de uma ontologia do presente, ressoam as vozes de Maturana e Varela, Deleuze e Guattari, dom Juan, Itto Ogami, Larrosa, Foucault, Sêneca, Sócrates e de muitos outros professores que nela investem. Convida-se a afirmação dessa via, exigente quanto a um trabalho árduo de modificação de si. Seus efeitos não estariam no acúmulo de um saber decorativo e monumental, mas na desaprendizagem de hábitos e funcionamentos que obstacularizam a operação de liberdade no pensamento-ação. Tal política formativa supõe a construção de dispositivos situados no cotidiano, que mobilizem e deem suporte para o trabalho sobre si. Essa direção movimentara o dispositivo grupal com participação de alunos de um curso de graduação, montado como plano de pesquisa-intervenção, que alimenta este trabalho. Nesse sentido, a escolauniversidade é experimentada, não mais como centro unívoco da formação, sendo uma vida o plano formativo por excelência, mas como rede de práticas possíveis de um trabalho sobre nós. Esta sofre reposionamento em seus destinos, perfazendo-se como um caminho de elaboração ético-política da obra de nossa existência.

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