"Jovens de Projeto": um estudo de caso sobre os jovens do Programa Jovem Aprendiz no município de Vitória/ES.
Nome: GEOVANA CRISTINA DE ALMEIDA MARIANI
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 28/05/2010
Banca:
Nome | Papel |
---|---|
ANA TARGINA RODRIGUES FERRAZ | Examinador Externo |
GILDA CARDOSO DE ARAÚJO | Examinador Interno |
LUÍZA MITIKO YSHIGURO CAMACHO | Orientador |
VANIA MARIA MANFROI | Examinador Externo |
Resumo: Este trabalho consiste em um estudo sobre os jovens do Programa Jovem Aprendiz, situado no município de Vitória ES. A pesquisa teve como objetivo responder à questão: Quem são os jovens participantes do Programa Jovem Aprendiz e as suas redes de sociabilidades? Para tanto, utilizamos abordagens metodológicas qualitativas e quantitativas. Optamos pelo estudo de caso nos moldes etnográficos. Empregamos como técnicas de coletas de dados a observação participante, a aplicação de questionário aos jovens, entrevistas individuais e semiestruturadas com os técnicos e professores, entrevista grupal com os jovens, registro de conversas informais e consulta a documentos do Programa. O Programa Jovem Aprendiz, que aparece no cenário das políticas públicas como uma política voltada para formação e inserção de jovens no mercado de trabalho, foi enfocado, nesta pesquisa, como um espaço de socialização destinado aos jovens. Os resultados encontrados permitem considerar que o perfil é de jovens na faixa etária de 16 a 17 anos, a maioria do sexo masculino, pardos, solteiros, sem filhos, que cursavam o Ensino Médio e pertenciam a classes populares. Quanto às expectativas profissionais e pessoais, a pesquisa revelou o desejo dos jovens de continuidade dos estudos, de postergação do matrimônio, da paternidade e da maternidade. Este estudo evidenciou a importância da sociabilidade para os jovens no contexto das amizades, da formação de grupos, das afetividades, e também no âmbito da religiosidade e do consumo. Mostrou também que os jovens escondiam a sua identidade juvenil dentro do Programa, isto é, não havia espaço local e nem temporal para as manifestações tipicamente juvenis. Não havia, portanto, o (re)conhecimento das necessidades e demandas juvenis nesse espaço, além de os jovens sofrerem um processo de adultização precoce. Desse modo, a pesquisa tornou evidente a existência de dois mundos paralelos no mesmo contexto: o mundo do jovem e o mundo do Programa, com suas normas, controles e regras.