ESCOLA BILÍNGUE PARA SURDOS: CONSTITUIÇÃO DE PRÁTICAS QUE CONFIGURAM UM ESPAÇO BILÍNGUE
Nome: ANDRÉA HEES DRUMOND
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 26/05/2017
Orientador:
Nome | Papel |
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LUCYENNE MATOS DA COSTA VIEIRA-MACHADO | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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ANNA MARIA LUNARDI PADILHA | Examinador Externo |
KEILA CARDOSO TEIXEIRA | Examinador Externo |
LUCYENNE MATOS DA COSTA VIEIRA-MACHADO | Orientador |
SONIA LOPES VICTOR | Examinador Interno |
Resumo: Trata-se de problematizar a educação inclusiva na proposta bilíngue para surdos. O objetivo baseia-se nas tensões que surgem entre as práticas bilíngues e as políticas que as constituem, focando não só o papel do educador, do intérprete, do instrutor, mas também do aluno surdo no contexto escolar. A proposta desta pesquisa é tecer considerações acerca do que se tem feito em termos práticos, como também do que se pretende no contexto de políticas públicas e nos registros de práticas escolares em uma escola municipal bilíngue. Nesse processo, analisam-se os documentos Declaração de Salamanca (1994); Educação que nós surdos queremos (1999); Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005, que regulamenta a Lei nº 10.436, de
24 de abril de 2002, sobre a Língua Brasileira de Sinais, entre outros. A partir das teorizações de Michel Foucault e autores que dialogam com ele, procura-se
desenvolver uma reflexão baseada em uma análise genealógica, olhando o passado como possibilidade para entender os aspectos do presente e utilizando os conceitosferramentas como as noções de governamento e in/exclusão para analisar os dados produzidos. Nesse sentido, entende-se a surdez como situada pelo viés cultural e a educação bilíngue como uma proposta pedagógica que considera a condição linguística e cultural do aluno surdo. O trabalho investiga essas práticas por meio de uma pesquisa qualitativa e dos princípios de uma abordagem tipo etnográfica. Para a coleta de dados, utilizam-se instrumentos como observação em sala, questionários abertos, atividades de sala de aula, além da percepção das práticas que facilitam a inclusão de alunos surdos em uma proposta bilíngue. A análise de dados mostra que as disputas ideológicas entre surdos e ouvintes vêm influenciando as políticas linguísticas na área da surdez, sendo necessária uma reflexão sobre os mecanismos
de controle possivelmente exercidos sobre esses sujeitos, para que se governem a identidade e a diferença surda, bem como os surdos sejam sujetivados e conduzidos para uma participação produtiva no mundo contemporâneo, por meio da Língua de Sinais, da cultura surda e da formação bilíngue.