CURRÍCULOS EM REDES E MOVIMENTOS DE OCUPAÇÕES NOS COTIDIANOS DO ENSINO MÉDIO: OU SOBRE JUVENTUDES E RESISTÊNCIAS

Nome: GERALDO FERREIRA DOS SANTOS
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 04/09/2020

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANTONIO HENRIQUE PINTO Examinador Externo
CARLOS EDUARDO FERRAÇO Orientador
DANIELLE PIONTKOVSKY Examinador Externo
JANETE MAGALHÃES CARVALHO Examinador Interno
MARIA REGINA LOPES GOMES Examinador Externo

Páginas

Resumo: A pesquisa aconteceu na busca por apresentar como o movimento de ocupação de
uma escola pelos estudantes de ensino médio da rede estadual no Espírito Santo
provocou implicações nas discussões curriculares. Os discursos dos jovens apelavam
para que todos assumissem as diferenças entre seus amigos e o respeito aos colegas
em um protagonismo para a produção de uma escola sem exclusão. O desejo da
interação entre eles e o senso de solidariedade se mostram com muita força. As
conversas apresentam as ações de apropriação e reordenamento dos cotidianos
escolares. Cotidianos esses que, por processos autoritários, vêm impondo uma
reforma do ensino médio por meio de um currículo-padrão compondo uma Base
Nacional Comum Curricular. Reforma como um dispositivo, cujas forças enunciam ora
um poder pastoral com suas determinações científicas dogmatizantes, ora com as
exposições dos diferentes como estranhos a serem execrados sob sutis suplícios,
produzindo uma ambiência competitiva atroz, ora, com muita frequência, enunciam a
disciplina como um cânone da instituição escolar e ora, predominantemente, com
crescentes assujeitamentos por monitoramentos permanentes dos processos de
subjetivações dos estudantes, mesmo com uma aparente liberdade de fluidez. A
pesquisa aposta em dimensões inventivas, éticas, estéticas e políticas dessas
ocupações consideradas como movimentos de resistência aos mecanismos de
controle ao currículo-padrão da reforma do ensino médio. Pesquisar com os cotidianos
foi uma opção política na condição de educadorpesquisador, acreditando na
capacidade criadora das práticas, sempre investindo na produção de um fazersaber
nas lidas cotidianas na escola. Habitar esses interstícios problematiza a condição
nômade da juventude, que é sempre tensionada pela fixidez identitária. Estar nômade
expõe a complexidade de conflitos de interesses quando se trata do currículo escolar,
em especial, do ensino médio. Os modos autoritários de implantação de projetos
educacionais no Espírito Santo e as lutas contra esses modos são exemplos desse
cenário onde os secundaristas tiveram uma ação determinante de deslizamentos,
instabilizando e desacreditando governos. Deslizamentos, que vão se constituir como
alterações profundas nas relações cotidianas dessa escola. Nas conversas com os
estudantes, como um campo de multiplicidades próprio, o currículo escolar vai a partir
da ocupação se apresentando como relações hierárquicas fluidas

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