EXPERIÊNCIAS FORMATIVAS NA EDUCAÇÃO EM PRISÕES NO ESPÍRITO SANTO

Nome: FLÁVIA DEMUNER RIBEIRO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 24/03/2022
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
SILVANA VENTORIM Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
EDNA CASTRO DE OLIVEIRA Examinador Interno
ELENICE MARIA CAMMAROSANO ONOFRE Examinador Externo
GEIDE ROSA COELHO Examinador Interno
SILVANA VENTORIM Orientador

Resumo: Esta pesquisa objetiva analisar as concepções atribuídas aos processos de formação docente continuada pelos educadores que atuam na Educação em Prisões no Espírito Santo. De modo específico, objetiva identificar os elementos constitutivos da identidade e da condição docente dos educadores que atuam na Educação em Prisões no Espírito Santo e analisar as relações entre a formação continuada e os desafios vivenciados pelos mesmos. Pressupõe que a Educação em Prisões, ao se constituir como processo cultural em espaço de dimensões educativas e de segurança, deve ser proposta de forma crítico-reflexiva pelo grupo de profissionais que atuam no espaço do cárcere e; que as ações intersetoriais devem indicar diretrizes para a conquista da autonomia dos sujeitos aprisionados. Argumenta com Paulo Freire e Antônio Nóvoa pela formação docente permanente como caminho do aprender em comunhão, da educação libertadora, da certeza do inacabamento humano. A metodologia utilizada foi a pesquisa exploratória do documento Educação em Prisões: diagnóstico profissional (ESPÍRITO SANTO, 2021) em que apresenta: a) dados qualitativos e quantitativos de um questionário semiestruturado aplicado no Google Forms aos educadores que atuam na Educação em Prisões no Espírito Santo e; b) relatos escritos dos educadores registrados em salas de aula do Google (ESPÍRITO SANTO, 2021a; 2021b), produzidos durante o Curso de Extensão em Direitos Humanos para professores/as do sistema prisional capixaba em tempos de pandemia ministrado pelo Núcleo de Estudos sobre Violência, Segurança Pública e Direitos Humanos do Departamento de Serviço Social da Ufes. Considerando a condição docente os dados mostraram que os educadores almejam por processos de formação continuada no espaço de trabalho como possibilidade de crescimento profissional, de partilha de experiências e que as necessidades formativas são observadas também em função de certificação para os processos seletivos aos quais se submetem para a contratação em regime de designação temporária predominante na Educação em Prisões. O estudo problematizou a complexidade do educar para a liberdade nas prisões e das relações estabelecidas naquele espaço. Foi possível identificar que os educadores anseiam por processos de formação continuada vinculados ao trabalho, associando espaço e tempo, indicando caminhos possíveis e necessários para a conquista da autonomia. Os educadores reafirmaram que a formação permanente deve ser a base das políticas públicas para ressignificação das práticas educativas mediadas de forma intersetorial pela Sedu e Sejus, e que não seja
descontinuada tendo em vista que as políticas de Estado devem ser maiores que as políticas de Governo. Os processos formativos docentes devem considerar a fala dos sujeitos que vivem a Educação em Prisões, requerem a proposição de ações formativas contínuas a partir das identidades, da condição docente, que considerem a relação entre desafios vivenciados pelos educadores que promovem a educação no cárcere, os conflitos com a questão da segurança, suas perspectivas docentes de proverem a educação que liberta e que suas práticas pedagógicas possam ser avaliadas e ressignificadas dando sentido à profissão de educar no espaço das prisões.

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