FORMAÇÃO DE EDUCADORAS E EDUCADORES DO MST-ES: CONEXÕES,
DESAFIOS E POSSIBILIDADES ANTE A DIMENSÃO EDUCACIONAL DA
REFORMA AGRÁRIA POPULAR

Nome: DALVA MENDES DE FRANÇA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 29/09/2022
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
EDNA CASTRO DE OLIVEIRA Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
CLARICE APARECIDA DOS SANTOS Examinador Externo
EDNA CASTRO DE OLIVEIRA Orientador
MARIA NALVA RODRIGUES DE ARAÚJO BOGO Examinador Externo
SILVANA VENTORIM Examinador Interno
VÂNIA CARVALHO DE ARAÚJO Examinador Interno

Resumo: A tese defendida nesta pesquisa tem como tema a “formação de educadoras e educadores do
MST-ES: conexões, desafios e possibilidades ante a dimensão educacional da Reforma Agrária
Popular”. Como objetivo principal, busca analisar o que tem provocado o Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra do Espírito Santo (MST-ES) a pautar, nos processos de
formação de suas educadoras e seus educadores, a temática da Reforma Agrária Popular (RAP),
evidenciando possíveis articulações com a práxis da Pedagogia do Movimento. Toma como
aportes teóricos: Freire, Marx e Engels, Caldart, Arendt e Stedile, dentre outros, que, em suas
abordagens, sustentam a concepção de formação omnilateral, na busca da emancipação humana
em todas as dimensões, tendo a dialética como o caminho epistemológico. Articula, assim,
fundamentos que se entrelaçam com a compreensão de Reforma Agrária Popular proposta como
uma estratégia de resistência ao modelo de agricultura capitalista do agronegócio, com vistas
ao acúmulo de forças, na construção de um novo Projeto de agricultura, que busque contemplar
as necessidades do povo brasileiro (MST, 2014). De caráter qualitativo, o estudo tem como
estratégia metodológica a sistematização de experiência, enquanto metodologia de pesquisa da
Educação Popular, mediada pela pesquisa militante, que emerge da práxis, envolvimento e
compromisso ético-político com as lutas sociais, conforme Bringel e Varela (2016). A
abrangência da pesquisa envolveu vários loci no âmbito do MST-ES: militantes históricos,
membros da direção nacional, estadual e regional, do Setor de Educação, integrantes de outros
Setores organizativos do Movimento, educadoras, educadores e Sem Terrinha. No trabalho de
coleta e produção de dados, operamos com vários instrumentos: entrevista e questionários com
questões abertas e fechadas, rodas de conversa, observação participante, diário de campo,
complementados pelo uso de fontes documentais do MST. Os resultados indicam que a
formação de educadoras e educadores do MST, em seus desafios e conexões com a dimensão
educacional da RAP, traz contribuições à formação da consciência crítica e à busca de
estratégias no fortalecimento da luta anticapitalista e da Pedagogia do Movimento. O MST no
Espírito Santo reafirma a necessidade de aprofundar e ampliar esse debate nos espaços de
formação de educadoras e educadores, como possibilidade de qualificar as experiências
educativas e cooperar com os processos de construção coletiva da RAP, potencializando seu
estudo e produção de novos conhecimentos na escola, nos acampamentos e assentamentos, e
abrindo o diálogo com outras frentes de luta e resistência, com vistas à construção de um outro
Projeto Popular de Campo.

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