A FENOMENOLOGIA EXISTENCIAL DE MINATA, MÃE EDUCADORA DE ALUNO CEGO DEVIDO DOENÇA RARA
Nome: HEDLAMAR FERNADES SILVA LIMA
Data de publicação: 15/02/2023
Banca:
Nome |
Papel |
|---|---|
| HIRAN PINEL | Orientador |
Resumo: O objetivo geral desta tese de doutorado foi compreender o “que é” e o “como é” ser mãeeducadora de um aluno com doença rara, que se tornou cego e que se encontra em tratamento
médico e atendimentos educacionais em ambientes hospitalares e domiciliares. De cunho
qualitativo, a pesquisa tem como base metodológica a fenomenologia existencial, cujo centro é
a existência humana e os sentidos atribuídos pelo ser-sujeito-no-mundo, a partir de suas
experiências vividas. A fenomenologia, uma ciência, constitui-se como método de fundamental
relevância para que chegássemos a uma compreensão das experiências. A partir disso, esta
investigação, pelo modo de “ser no mundo”, desvela a complexidade das experiências humanas
que a mãe sentiu durante o seu percurso ao acompanhar o filho, pois, o espaço-tempo do
fenômeno é marcado pelo ser-em-si e pelo ser-para-si. Mais especificamente, buscou-se apoio
em algumas obras de Rollo May (1909-1994) e de Paulo Freire (1921-1997), cujos pensamentos
possibilitaram estabelecer e tornar densa e intensa toda a pesquisa descritiva compreensiva, pois
ambos pontuam também o “ser no mundo”. Ainda que haja algumas diferenças na origem
filosófica de ambos os autores, persiste a construção de um conhecimento rigoroso, como o
nosso, em diálogo com os pensamentos desses referidos cientistas da esfera humana e social -
Freire e May. Os instrumentos utilizados foram trazidos a partir das vivências capturadas em
conversas pautadas na empatia, recorrendo às fotografias, as chamadas de vídeo, as mensagens
via WhatsApp e conversas informais realizadas a partir das visitas in loco (no hospital ou fora
dele - rua, domicílio etc.). A mãe, cujo nome fictício é Minata, possui como marca fundamental
de sua existência a coragem para superar a acentuada angústia, e ela o faz, por meio de uma
alegria esperançosa, indo além das limitações do meio em que vive, impelindo-a a transformarse e a transcender-se sempre que possível. Essa mãe se deixa descrever compreensivamente
pelo o “que é” e o “como é” ser ela, destacando modos de ser real e concreta, donde se revela
o ser humano entristecido, mas ao mesmo tempo, predominando uma alegria esperançosa que
se completa e que se intensifica, facilitando o surgimento do seu ser mãe-educadora do seu filho
com deficiência.
