SEMIFORMAÇÃO SOCIALIZADA ENTRE AS TELAS E AS PÁGINAS: UMA ANÁLISE DE LIVROS INFANTOJUVENIS MAIS VENDIDOS NO BRASIL (2011-2021)
Nome: TAYNARA BATISTA DA SILVA
Data de publicação: 15/09/2023
Banca:
Nome | Papel |
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BELKIS SOUZA BANDEIRA | Examinador Externo |
PRISCILA MONTEIRO CHAVES | Examinador Interno |
ROBSON LOUREIRO | Examinador Interno |
Resumo: A presente pesquisa objetiva evidenciar o processo semiformativo de leitores que consomem as obras infantojuvenis mais vendidas no Brasil. Fundamenta-se na teoria crítica da sociedade, em especial no conceito de indústria cultural, cunhado por Theodor Adorno e Max Horkheimer (1985), em diálogo com o conceito adorniano de semiformação (2010). Categorizada metodologicamente como uma pesquisa bibliográfico-documental, analisa os livros infantojuvenis que ocuparam o primeiro lugar da lista de “mais vendidos” do site PublishNews entre os anos de 2011 a 2021, a saber: O pequeno príncipe, de Antoine de SaintExupéry (2011); Agapinho, de Marcelo Rossi (2012); Diário de um banana 7- Segurando vela, de Jeff Kinney (2013); Quem é você, Alasca?, de John Green (2014); O pequeno príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry (2015); O diário de Larissa Manoela, de Larissa Manoela (2016); Felipe Neto: a trajetória de um dos maiores youtubers do Brasil, de Felipe Neto (2017); Aventuras na Netoland com Luccas Neto, de Luccas Neto (2018); Brincando com Luccas Neto, de Luccas Neto (2019); Harry Potter e a pedra filosofal, de J. K. Rowling (2020); Vermelho, branco e sangue azul, de Casey McQuiston (2021). A partir das orientações teóricas de Candido (1989; 1999) sobre a literatura como direito humano; Colomer (2003; 2017) e Zilberman (1985; 2014) sobre a formação do leitor literário; Dalvi (2013; 2018) sobre a importância da leitura literária, foi observado que o mercado editorial tenta legitimar como literatura infantojuvenil biografias e autobiografias de web celebridades e líderes religiosos, além de best-sellers estadunidenses de sucesso em canais de streaming que engendram a acomodação dos sujeitos à situação de dominação a qual estão submetidos, além de não contribuírem para a humanização do leitor. Com exceção de O pequeno príncipe (2011 – 2015), verificou-se semelhanças entre os livros que regressam a um mesmo lugar: a socialização de uma semiformação mediante a imposição do esquematismo próprio da indústria cultural sobre as necessidades dos consumidores.