AFETOS E REPRESENTAÇÕES DE FAMÍLIAS NEGRAS NA
LITERATURA INFANTIL: POR UMA EDUCAÇÃO LITERÁRIA
Nome: DANIELA SANTOS ALACRINO
Data de publicação: 10/12/2024
Banca:
Nome |
Papel |
|---|---|
| DALZIRA MARIA APARECIDA IYAGUNÃ | Examinador Externo |
| LEANDRO PASSOS | Examinador Externo |
| MARIANA PASSOS RAMALHETE | Examinador Externo |
| PRISCILA MONTEIRO CHAVES | Examinador Interno |
Resumo: O objetivo geral desta pesquisa foi de identificar as organizações familiares das personagens
negras e suas relações afetivas na literatura infantil de temática da cultura africana e afrobrasileira, contribuindo para uma educação literária. Os específicos buscaram: analisar as
configurações familiares presentes nas obras, sejam elas monoparental ou biparental, hetero ou
homoafetivas, e outros modelos; identificar, a partir de um arcabouço teórico especializado, o
modo de caracterização das relações de afeto envolvendo personagens negras em obras
brasileiras e de países africanos; verificar como e se há influências de culturas ou tradições
africanas nas organizações familiares presentes nas obras contextualizadas em países da
diáspora africana, em especial no Brasil; refletir sobre como a educação literária, em
conformidade com a Lei 10.639/2003, pode proporcionar o contato com vínculos afetivos
diversos. Para tanto, esta dissertação apresenta estudos sobre organizações familiares no
contexto africano a partir de Somé (2009) e Oyèrónk (2021). Autoras que, juntamente com
bell hooks (2019; 2022) e outras, foram referenciais centrais para a análise literária. A
metodologia adotada foi bibliográfica (Gil, 2008), tendo como fonte os livros do acervo do
grupo LitERÊtura composto por 392 títulos de literatura infantil (BARRETO, 2023). As obras
analisadas foram: “Julián é uma sereia”, de Jessica Love (2021); “Agora pode chover”, de Celso
Sisto (2018); “Eu também!”, de Patricia Auerbach (2021); Quintal das irmãs”, de Waldete
Tristão (2024); “Cadê você, Jamela?” e “Feliz aniversário, Jamela!” de Niki Daly (2006, 2009);
e “A mãe que voava”, de Caroline Carvalho (2018). Os títulos foram divididos em cinco
categorias: “Família e sexualidade”, “Ancestralidade e Senhoridade”, “Paternidade”, “Vínculos
entre irmão/ãs e famílias extensas” e “Maternidade”. Para a revisão bibliográfica, foram
utilizados os procedimentos metodológicos do Estado do Conhecimento, que evidenciou uma
quantidade expressiva de trabalhos que tratam sobre maternidade e a relação da criança com
parentes mais velhos/as, geralmente a avó. Por outro lado, é pouca a quantidade de estudos
voltados para meninos e homens negros. Os resultados da análise literária demonstraram
resultados positivos com relação às representações familiares, pois não reforçam estereótipos,
mas promovem ampliação do repertório literário da criança. Ademais, diversifica e valoriza a
história, a cultura da população negra e a consolidação das relações afetivas.
