A TEORIA CRÍTICA INVADE O COVIL DA MEDUSA: UM OLHAR NÃO PETRIFICADO SOBRE AS WEBSERIES JUVENIS
Nome: JEAN CARLOS PEREIRA
Data de publicação: 26/03/2025
Banca:
Nome |
Papel |
|---|---|
| EMERSON CAMPOS GONÇALVES | Examinador Externo |
| PRISCILA MONTEIRO CHAVES | Examinador Interno |
Resumo: Nos últimos anos, a humanidade enfrentou um contexto de pandemia que moldou
novos padrões de comportamento, sociabilidade e consumo de produtos culturais;
esse cenário contribuiu para a expansão dos serviços de streaming. A forma como as
pessoas têm estabelecido compreensões e entendimentos sobre as narrativas de
séries, webseries, literatura e arte é moldada pelo contexto do capitalismo tardio. Face
a isso, o objeto desta dissertação são webseries contemporâneas que tematizam a
vida escolar, disponíveis em serviços de streaming, e que têm como personagens
principais um grupo específico da sociedade: adolescentes e jovens entre 13 e 19
anos. Nossa análise centrou-se em Sex Education (2019-2023), Elite (2018-2024) e
Young Royals (2021-2024) e tomou como fundamentação teórica diferentes
contribuições do materialismo histórico e dialético e das tradições marxistas; discutiu,
especialmente, os aspectos éticos (atravessados pelas relações sociais, sexuais e
políticas) das relações humanas que se estabelecem nessas criações ficcionais
audiovisuais cuja ação se desenvolve no espaço-tempo escolar, focalizando a
questão da formação humana. Como resultados da pesquisa, concluiu-se que há uma
pedagogia midiática semiformativa administrada por conteúdos ideológicos —
alinhados às pautas conservadoras antidemocráticas das agendas políticas
neoliberais — que obliteram os antagonismos sociais, por meio da fetichização da
tecnologia; da excitação dos sentidos; do discurso patologizante da disfunção
psicossocial; e da espetacularização, conduzindo, enfim, à unidimensionalidade da
juventude em formação.
