ENTRE O DISCURSO INTEGRADOR E A PRÁTICA EXPROPRIADORA: A EDUCAÇÃO ESCOLAR DO SPI NO ESPÍRITO SANTO, MINAS GERAIS E BAHIA (1910-1967)

Nome: HUDSON ELEOTERIO

Data de publicação: 13/05/2025

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
PABLO ANTUNHA BARBOSA Examinador Externo
SOLER GONZALEZ Examinador Interno

Resumo: Esta pesquisa está inserida na História da Educação e investiga a educação escolar oferecida
pelo Serviço de Proteção aos Índios (SPI) a povos indígenas na Bahia, Espírito Santo e Minas
Gerais, entre 1910 e 1967. A análise se baseia em documentos históricos e busca entender como
a política educacional do SPI foi idealizada, executada e quais foram seus impactos nas
comunidades indígenas. O foco está na contradição entre o discurso oficial — que prometia
integração pacífica — e a prática real, marcada por imposição cultural, desrespeito às tradições
indígenas e estrutura precária. A educação escolar, ao invés de promover inclusão, foi usada
como ferramenta de assimilação forçada e apagamento cultural. A pesquisa adota uma
abordagem qualitativa, com análise de fontes primárias, através de documentos do Museu
Nacional dos Povos Indígenas, e secundárias, a partir de obras acadêmicas sobre o tema. A
leitura dos dados é guiada pelo Materialismo Histórico e Dialético, entendendo a educação
como reflexo das dinâmicas sociais, econômicas e políticas do período. Também são
incorporadas as contribuições teóricas de José Carlos Mariátegui, Darcy Ribeiro, Ailton Krenak
e Davi Kopenawa. Os resultados mostram que, apesar do discurso de ruptura com práticas
violentas do passado, o SPI manteve uma lógica de colonização interna. A escola foi usada para
impor valores ocidentais e negar a autonomia dos povos indígenas, principalmente em
contextos de abandono estrutural e desvalorização dos saberes tradicionais. A conclusão é que
a política educacional do SPI foi mais um instrumento de controle e marginalização do que de
emancipação. A pesquisa reforça a urgência de repensar as políticas educacionais indígenas no
Brasil, valorizando culturas, línguas e conhecimentos próprios. Também aponta a necessidade
de novas investigações, inclusive com fontes orais, para ampliar a compreensão histórica dessa
realidade.

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