A arteterapia (re)significando a vida, da mente vazia às idéias coloridas: uma experiência de educação emocional e de reabilitação psicossocial com pacientes mentais por meio das linguagens visuais
Nome: GLÍCIA CONCEIÇÃO MANSO PAGANOTTO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 29/04/2010
Banca:
Nome | Papel |
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CÉSAR PEREIRA COLA | Orientador |
FERNANDA SIMONE LOPES DE PAIVA | Examinador Externo |
HIRAN PINEL | Examinador Interno |
MARCELO MARI | Examinador Externo |
Resumo: Esta pesquisa trata de uma experiência de educação emocional e de reabilitação psicossocial com pessoas portadoras de transtornos psíquicos que, por meio das linguagens visuais das artes, nas oficinas terapêuticas, vão refazendo suas histórias de vida, transformando-as ao se apropriarem de suas imagens e de seus conteúdos simbólicos na condução ao autoconhecimento. Ao longo da história da humanidade, as pessoas com transtornos psíquicos sempre foram estigmatizadas e relegadas ao exílio social, como inadaptáveis e incapazes; ora trancafiadas nos manicônios, ora segregadas junto aos seus familiares, mas, desde sempre e ainda hoje, fadadas à banalização e à invisibilidade. Com a reforma psiquiátrica, essa condição vem se modificando e a criação dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPSs), nos Estados e Municípios, tem sido o ponto de apoio que tem sustentado essa mudança de paradigma, dando aos ditos "loucos" uma oportunidade cidadã. O lócus da pesquisa é o CAPS, nas oficinas de Arteterapia, onde é desenvolvido, junto aos pacientes mentais, um trabalho por meio das mais variadas linguagens artísticas, numa perspectiva educacional/terapêutica. Nesse exercício diário, a pesquisa usa, como fundamentação teórica, duas correntes da Psicologia, que são suportes teóricos da Arteterapia: a Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung, que nos fornece o conhecimento sobre questões simbólica e arquetípica; e a Gestalt-terapia de Frederick Perls, com sua orientação existencial fenomenológica. Trabalha com os pacientes desde a coordenação motora à percepção de sinais, como o ponto e a linha, cores e texturas, figura e fundo, e outros postulados na produção de suas imagens. Todo o trabalho é desenvolvido estimulando e respeitando a livre expressão sem um compromisso de uma estética formal e ou artística preestabelecida. Essa expressão sem um compromisso de uma formal e ou artística preestabelecida. Essa expressão se manifesta em variáveis linguagens visuais, desenhos, pinturas, modelagens etc. A produção das imagens que, no início se presta a um esvaziamento proporcionando ao paciente uma catarse, aos poucos vai preenchendo vazios com novas idéias, mas, sobretudo, recuperando a autoestima, quando esses indivíduos se sentem capazes de aprender e resgatar a própria criatividade, transformando limites em possibilidades de superação e reinvenção da própria vida.