VERDADE, PÓS-VERDADE E FORMAÇÃO ESTÉTICA: EM DEFESA DE UMA TEORIA CRÍTICA LITERÁRIA

Resumo: A pesquisa parte do pressuposto de que em uma perspectiva pós-estruturalista/pós-crítica, típica da agenda (filosofia) pós-moderna, o conhecimento passa a ser destituído de qualquer possibilidade de crítica, de "dizer" algo sobre o que a realidade é, ou mesmo o que é crítica. Em outros termos, de acordo com a visão pós estaríamos impossibilitados de "falar" algo sobre aquilo que se põe diante de - objectum (daquele que pesquisa)? Na impossibilidade de "dizer" algo sobre o ser, qual seria o espaço da crítica, em especial da crítica literária? Inserida no âmbito dos Fundamentos Filosóficos da Educação, em especial a formação estético-cultural dos futuros professores e professoras, em especial aquela mediada pela literatura. Por isso questiona-se. Até que ponto é possível validar os argumentos dos teóricos pós, relativos à dimensão estética, em particular sobre os limites entre literatura e história, por exemplo, tendo em vista a negação de qualquer referente que evidencie aspectos da realidade? A partir das teses da agenda pós, acaso seria ainda viável defender a ideia de teoria literária, particularmente de uma teoria crítica da literatura? A hipótese (H1), da presente pesquisa, sugere que no contexto acadêmico contemporâneo tem havido uma forte tendência, nos mais diversos campos de conhecimento, a tornar o pensamento que circula na agenda pós-moderna como sendo o único possível e que, por sua vez, há não apenas paradoxos, mas incongruências de ordem lógica, ética e epistemológica que desaprovam a validade de qualquer possibilidade desse tipo de conhecimento manter-se como referência para o campo acadêmico. A hipótese (H2) derivada considera que há, sim, a possibilidade de se fazer crítica e crítica literária fundamentada em uma teoria crítica da literatura e, ao mesmo tempo, sugere (H3) que tem havido, por parte do pensamento pós-crítico, uma tentativa de reduzir o campo acadêmico a um simples canteiro de experimentação paradigmática que supervaloriza (como se a realidade do texto não tivesse relação alguma com o mundo da vida e a administração deste) a dimensão epistemológica, em detrimento da ontologia.

Data de início: 12/03/2018
Prazo (meses): 24

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Coordenador ROBSON LOUREIRO
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