AVALIANDO A AVALIAÇÃO:UM OLHAR ACERCA DO ENADE PEDAGOGIA

Nome: JULIANA CONTTI CASTRO
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 03/03/2020

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ALEXANDRE MARCELO BUENO Examinador Externo
ELIZA BARTOLOZZI FERREIRA Examinador Interno
FERNANDA ZANETTI BECALLI Examinador Externo
MOEMA LÚCIA MARTINS REBOUÇAS Orientador
REGINA HELENA SILVA SIMÕES Examinador Interno

Resumo: Este trabalho de tese tem como objetivo geral compreender os sentidos construídos para o perfil de formação do(da) pedagogo(a) e do(da) professor(ra) dos anos iniciais da educação básica e as concepções docentes e de ensino-aprendizagem construídas e reiteradas nos documentos/objetos elencados para este estudo. Para tanto, toma como objeto central de
análise duas provas do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) aplicadas aos estudantes do curso de Pedagogia no governo Lula da Silva (2003-2010). Contextualmente, esta investigação se insere na percepção de que a temática da avaliação de sistemas de ensino passa a ser peça chave das políticas públicas para a educação, não só no Brasil, mas tem sido fruto de um movimento internacional e transnacional duplamente marcado, primeiro pelas chamadas condicionalidades de financiamento advindas dos organismos internacionais; segundo, como consequência dos movimentos de reformas
educativas ocorridas a partir da década de 1980. Esta investigação está estruturada a partir de três movimentos básicos: i. O primeiro movimento (Movimento I) tenciona conhecer e compreender aspectos fundamentais da história da avaliação educativa; além de investigar os antecedentes históricos do SINAES. O segundo movimento (Movimento II) intenta investigar o conhecimento produzido sobre o ENADE no sentido de apreender o que foi produzido no Brasil sobre o tema. O terceiro movimento (Movimento III) examina o processo de construção das provas ENADE Pedagogia 2005 e 2008; e analisa discursivamente o texto das provas. Como referencial teórico utiliza autores próprios ao campo da avaliação educativa, da sociologia, da história e da filosofia da educação, bem como da teoria semiótica do texto de base greimasiana. Em termos metodológicos, utiliza o conceito de percurso gerativo do sentido e seus diferentes componentes e subcomponentes para a construção e análise dos dados, sobretudo o nível das estruturas discursivas (com ênfase para a semântica discursiva). A análise dos dados demonstra que os sentidos encontrados para o perfil de formação do pedagogo e do professor constroem-se sobre a crítica à pedagogia tradicional. Em termos de concepção de ensino-aprendizagem e modalidades organizativas do trabalho pedagógico
valoradas positivamente no discurso das provas analisadas deu-se destaque ao trabalho com projetos pedagógicos interdisciplinares, trabalho em grupo, atividade de reescrita (didática do português), e uso de materiais concretos (didática da matemática). Afirma-se a concepção construtivista de aprendizagem. A formação do pedagogo para espaços não-escolares é
colocada em segundo plano e a escola é vista como o locus central da educação de crianças. As didáticas privilegiadas discursivamente são aquelas relativas às áreas da matemática, dalinguagem e das ciências; com maior ênfase para as duas primeiras. Três tipos de pensamentos pedagógicos circulam no discurso analisado: uma pedagogia escolanovista; o pensamento pedagógico de Paulo Freire e da escola libertadora, embora com pouco destaque; e o pensamento do psicólogo Jean-Piaget. Também houve menção ao pensamento de Rancière e Nietzsche. No que se refere à educação infantil, considera-se a discussão redutora, já que toma como base apenas o discurso normativo-legal. Na análise do discurso das provas percebeu-se, enquanto valor fundamental do mundo escolar, os valores democráticos e a importância da participação das comunidades locais e da comunidade escolar. Acredita-se,
assim, ser fundamental para os desenvolvimentos posteriores desta pesquisa a continuação desta meta-avaliação dirigida aos instrumentos de avaliação discente elaborados em outros governos, como o de Dilma Rousseff (2011-2016), Michel Temer (2016-2018) e Jair Bolsonaro (2019-.......).

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