PELAS LENTES ELIASIANAS: A DINÂMICA CONSTITUTIVA DE SER PROFESSORA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA ÁREA DA DEFICIÊNCIA VISUAL

Nome: GISELLE LEMOS SCHMIDEL KAUTSKY
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 27/09/2021
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
REGINALDO CÉLIO SOBRINHO Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
DENISE MEYRELLES DE JESUS Examinador Interno
HIRAN PINEL Examinador Interno
JOSÉ CLÁUDIO CARRILLO NAVARRO Examinador Externo
REGINALDO CÉLIO SOBRINHO Orientador
WASHINGTON CESAR SHOITI NOZU Examinador Externo

Resumo: Neste estudo, objetivamos sistematizar análises e apontamentos sobre a dinâmica
constitutiva do trabalho de uma professora de Educação Especial junto a estudantes com
deficiência visual, matriculados em escolas públicas de ensino comum. Para tanto,
reunimos dados sobre a constituição pessoal e profissional da professora de Educação
Especial e tecemos compreensões sobre as condições de trabalho nas/das escolas em que
ela cumpria sua função pedagógica. Utilizamos a observação em contexto para
acompanhar o trabalho de uma professora de Educação Especial no cotidiano de três
escolas. Nessa dinâmica, assumimos a estratégia teórico-metodológica da pesquisa
processual eliasiana. A produção/recolha de dados foi mobilizada por registros em diário
de campo, questionário, entrevistas e buscas por informações em documentos de âmbito
nacional e local que versam sobre a Educação Especial, tendo como recorte temporal a
Constituição Federal de 1988. Constituímos o estudo nos pressupostos da teoria elaborada
por Norbert Elias (1994, 1988, 2002, 2006, 2008), principalmente na concepção de
conhecimento e individualização. Ao longo do processo de investigação, assumimos o
envolvimento-distanciamento (ELIAS, 1988, 2001) como fundamento teóricometodológico e vivenciamos o modo peculiar de análise micro-macro eliasiano
(SCHEFF, 2001; LOYAL; QUILLEY, 2004). Iniciamos nossa pesquisa com o
conhecimento de que os processos de formação inicial e continuada, associados a outros
aspectos dos cotidianos de trabalho nas/das escolas, delineiam elementos significativos
da/na dinâmica constitutiva de ser professora/professor de Educação Especial na área da
deficiência visual. Visando ampliar esse conhecimento, no percurso da investigação
indagamos sobre como (em quais condições) e a partir de quê (espaço físico, material,
relações dentro e fora da escola) o trabalho da professora de Educação Especial na área
da deficiência visual era desenvolvido. Desse modo, sistematizamos, analisamos e
reunimos apontamentos que sustentam nossa tese de que a imbricação das dimensões
políticas, históricas e sociais, específicas de nossas sociedades recentes, traz implicações
nas condutas e emocionalidades da/na realização de ser professora/professor. Nessa
direção, os resultados do estudo nos indicam que o modo singularizado de ser professora
de Educação Especial na área da deficiência visual é marcado pelas vivências anteriores
à vida profissional, pelas complexas aprendizagens formativas, pelas constituições de
práticas sui generis junto aos estudantes com deficiência visual e pelas inter-relações com
os profissionais no espaço educativo. Porém, a existência de professora de Educação
Especial na área da deficiência visual não escapa aos movimentos dependentes e
interdependentes que fundamentam as dinâmicas do seu trabalho na escola: projeto
educacional do sistema de ensino e condições físicas, materiais e pedagógicas para a
realização do trabalho profissional — condição que possibilita destacar o sentido das
ações e fins do trabalho da professora de Educação Especial na área da deficiência visual
na escola comum.

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