CONHECIMENTO ESTÉTICO-ARTÍSTICO NO ENSINO MÉDIO INTEGRADO DA RFEPCT: TENSÃO PARA A FORMAÇÃO HUMANA OMNILATERAL
Nome: CARLOS EDUARDO DE SOUZA
Data de publicação: 21/09/2023
Banca:
Nome | Papel |
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HELENIARA AMORIM MOURA | Examinador Externo |
LEONARDO DOCENA PINA | Examinador Externo |
MARISE NOGUEIRA RAMOS | Examinador Externo |
PRISCILA DE SOUZA CHISTE LEITE | Examinador Interno |
SANDRA SOARES DELLA FONTE | Presidente |
Resumo: Dentro do grande tema “formação dos sujeitos e a produção estético-artística enquanto objetivação do gênero humano”, este estudo buscou analisar o lugar que ocupa o conhecimento estético-artístico no Ensino Médio Integrado (EMI) no âmbito da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (RFEPCT). A tese recorreu a três fontes principais de dados: 1) a literatura historiográfica e registros de eventos científicos; 2) normativas e legislações promulgadas ao longo de toda institucionalização da Educação Profissional no Brasil, em especial a partir de seu vínculo com a Educação Básica; e 3) textos (revistas/periódicos, dissertações e teses) publicados entre os anos de 2008 e 2020, tendo como objeto o trabalho docente no EMI da RFEPCT, com foco nos conteúdos estéticos-artísticos. O referencial teórico adotado é o Materialismo Históricodialético, a Pedagogia Histórico-Crítica, a Psicologia Histórico- cultural e os escritos críticos sobre arte de Vigotski publicados entre os anos de 1915 e 1925. Para além de sua presença como componente curricular, o conhecimento estético- artístico pode se apresentar no EMI como experiências, estimuladas por projetos (de pesquisa e de extensão) diversos realizados pelos Institutos Federais (IFs). Essa presença (que ocorre em meios a esvaziamentos) se encontra ameaçada pela Lei 13.415/2017, que desobriga a Educação Artística no Ensino Médio, e igualmente por um conjunto de ações e políticas ultraconservadoras levadas a cabo pela “contrarrede privatizante” que se apossou do MEC, com grande penetração nos governos federais de Temer e de Bolsonaro. Em uma lógica de formação do capital humano ou da atual empregabilidade, o conhecimento estético-artístico se mostra “inútil”. Contrariamente a essa ideologia e seus efeitos mais nocivos a formação dos adolescentes, considerando, ainda, o EMI como “travessia” para uma formação omnilateral, defendemos que o conteúdo estético-artístico representa, no conjunto de outros conhecimentos tidos como “inúteis” (Filosofia, Educação Física, Sociologia), um foco de tensão que potencializa essa caminhada, na medida que, diante das pressões por uma formação meramente de treinamento profissional, ela afirma a utilidade do conhecimento tido, pelos apologetas da burguesia nacional e internacional, como “inútil” aos trabalhadores e seus filhos.