DESDE QUANDO EDUCAR SE RESUME A SEGUIR MANUAIS?
PROPOSTAS DE IMPLEMENTAÇÃO DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR
(BNCC) NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA DIVULGADAS PELA NOVA ESCOLA
Nome: TATIANA DAS MERCES JANUÁRIO
Data de publicação: 17/12/2024
Banca:
Nome | Papel |
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CLAUDIA MARIA MENDES GONTIJO | Examinador Interno |
LETICIA QUEIROZ DE CARVALHO | Examinador Externo |
MARCELO LIMA | Examinador Interno |
RODRIGO FERREIRA RODRIGUES | Examinador Externo |
Resumo: A presente pesquisa está vinculada ao Núcleo de Estudos e Pesquisas em
Alfabetização, Leitura e Escrita do Espírito Santo (NEPALES/UFES) e inserida no
contexto de implementação de políticas de padronização dos conteúdos mínimos
submetidas à Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A Fundação Lemann,
instituição não-governamental e representante do setor empresarial, foi ativa durante
o processo de elaboração do documento da BNCC e, na contemporaneidade, tem
prescrito modelos de ensino através de materiais instrucionais, denominados como
planos de aula, disponibilizados gratuitamente na Plataforma Digital da Nova Escola.
Esta pesquisa, portanto, se propõe investigar quais são as concepções pedagógicas
enunciadas nestes materiais para o ensino de língua portuguesa no Ensino
Fundamental Anos Finais. Para tanto, 190 planos de aula foram analisados à luz do
referencial teórico-metodológico bakhtiniano e histórico-cultural, permitindo
considerar os contextos históricos e sociais em que os documentos foram
produzidos, bem como os fundamentos axiológicos e os compromissos de base que
os sustentam. Por meio desses materiais, a Nova Escola enuncia concepções
pedagógicas tecnicistas, em que o estudante é limitado a função de receptor de
informações e o professor a um executor de tarefas. No que se refere ao conteúdo
do componente de língua portuguesa, os referidos planos de aula não apresentam
inovações significativas, mantendo-se centrada na dimensão linguística e nas regras
normativas, em detrimento da dimensão discursiva-enunciativa da linguagem. Por
conseguinte, não contribuem para a melhoria da qualidade da educação na
perspectiva da formação humana, mas servem para os avanços de políticas e
projetos educacionais submetidos aos padrões neoliberais.