A CONCEPÇÃO DE ENSINO MÉDIO INTEGRADO DOS DOCENTES DOS INSTITUTOS FEDERAIS DE EDUCAÇÃO

Nome: ANA KELLY ARANTES
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 01/12/2022
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
SANDRA SOARES DELLA FONTE Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ELIZA BARTOLOZZI FERREIRA Examinador Interno
MARCELO LIMA Examinador Interno
MARCOS FRANCISCO MARTINS Examinador Externo
MARISE NOGUEIRA RAMOS Examinador Externo
SANDRA SOARES DELLA FONTE Orientador

Resumo: Indaga-se sobre as concepções de Ensino Médio Integrado (EMI) de docentes do ensino básico, técnico e tecnológico. Como base teórica, recorre-se aos preceitos de Gramsci, principalmente a superação da dicotomia das escolas para as elites e para as classes subalternas, por meio de uma escola unitária, que concilie, de modo dialético, o fazer e o saber. Articulam-se métodos quantitativos e qualitativos, com o objetivo de analisar dados obtidos por meio de um survey online junto a docentes de todos os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia brasileiros. Os resultados sinalizam que a concepção de EMI dos docentes dos IFs se revela como um constructo constituído por uma multiplicidade de compreensões. No corpo dessas compreensões, há alguns elementos a serem destacados. Com maior ou menor incidência, docentes tendem a valorizar alguns aspectos pontuais que compõem o EMI, mas, de modo algum, representam a totalidade da proposta. O exemplo mais emblemático se dá na associação do EMI à interdisciplinaridade, se tomada isoladamente, pode assumir sentido contraposto aos preceitos da Escola Unitária. Para além do caráter movediço que a definição do EMI pode ter a partir dessas associações, há que se considerar que coabitam esse constructo diverso compreensões de EMI que se mostram antagônicas entre si. Afinal, tomar o trabalho como princípio educativo a partir da lógica neoprodutivista das habilidades e competências, da
formação meramente profissionalizante, vinculada às demandas corporativas contrasta com o horizonte do trabalho não como emprego, mas traço do fazer-se humano. Assim, a concepção desagregada dos docentes acerca do EMI transita, entre o pensamento conservador e o progressista. Mais do que uma irresponsabilidade de cunho individual, esse fenômeno pode revelar como a alienação tem se feito presente na formação docente e no seu trabalho. O ponto de partida para enfrentar essa situação precisa esgarçar as possibilidades progressistas que já estão presentes nessas concepções dos docentes, isto é, potencializar seus elementos criativos e críticos. Afinal, por mais que algumas dessas compreensões possam esvaziar ou mesmo simplificar a proposta de EMI inspirada na Escola Unitária de Gramsci, mostramos que elas podem servir de ponto de partida significativo para práticas pedagógicas convergentes com o amplo horizonte de luta contra o capital.

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