A cartilha midiática de capricho para a Educação da jovem brasileira

Nome: LETÍCIA NASSAR MATOS MESQUITA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 21/03/2014

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANA CLÁUDIA MEI ALVES DE OLIVEIRA Examinador Externo
CICILIA MARIA KROHLING PERUZZO Examinador Externo
CLÁUDIA MARIA MENDES GONTIJO Examinador Interno
CLEONARA MARIA SCHWARTZ Examinador Interno
MOEMA LÚCIA MARTINS REBOUÇAS Orientador

Resumo: O presente estudo tem como temática o discurso prescritivo da mídia impressa direcionada ao público feminino jovem no Brasil. O corpus é a revista CAPRICHO, publicada pela Editora Abril desde 1952 e que atualmente é a publicação dirigida às jovens de maior circulação no País. Os exemplares em estudo correspondem ao período de janeiro de 2010 a dezembro de 2011, quando a revista completou 21 anos de reforma gráfica e editorial. Objetivamos analisar como as estratégias discursivas e narrativas investem valores em circulação na revista que dão as condições de desenvolver habilidades, comportamentos e atitudes na jovem leitora, tornando a publicação uma mídia cartilha que ensina certos modos de presença no mundo que configuram o jeito Capricho de ser. A nossa tese é de que a CAPRICHO é um veículo de comunicação didático, uma espécie de cartilha que dita comportamentos, modos de apresentação de ser e estar no mundo, evidenciando questões de gênero, especialmente no que se refere às jovens brasileiras. Para defender essa tese, foram testadas as seguintes hipóteses: a) esse jeito Capricho de ser é construído por reiterações de estratégias discursivas
e narrativas que fazem circular os valores e axiologias do social; b) o sincretismo de linguagens exerce um papel de relevo no convencimento da leitora; c) a interação intersubjetiva de intimidade é o que caracteriza a interação entre enunciador e enunciatário no grau de proximidade que marca o aconselhar e o seguir o aconselhamento; d) a estratégia de manipulação por sedução encobre o discurso prescritivo que é valorizado como partícipe do dia a dia; e) por essa condição de presença valorizada na rotina como manual que faz sentido para ser no mundo, a revista é elevada a objeto de coleção; f) como manual de consulta ao alcance, ela pode sair da estante nas necessidades das jovens leitoras. Embasam
as análises os aportes teóricos e metodológicos da semiótica discursiva, com ênfase nos estudos do sincretismo de linguagens. Esses exames nos levaram a concluir que a cartilha Capricho educa, a partir da relação entre uma plasticidade rica e de uma verbalidade extraída do enunciar jovem, assujeitando a leitora aos valores sociais destinados à mulher brasileira: amabilidade, sociabilidade atrelada à estética e a importância dos estudos para o mercado de trabalho. Todos embasados nos modos do parecer que têm nas propostas de consumo, inseridas em suas seções, a mola propulsora para fazer-crer à leitora ser ela a sua destinadora. A relevância da tese também está em provar que as análises
das relações entre o visual e o verbal escrito são essenciais para a apreensão da significação de um texto sincrético e na construção de um sujeito-leitor crítico.

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