A ESCOLARIZAÇÃO DE ESTUDANTES PÚBLICO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL, CAMPESINOS E DESCENDENTES DE POMERANOS: CONTRIBUIÇÕES DA FORMAÇÃO CONTINUADA

Nome: GILSARA GONÇALVES GUARNIER ASTORI

Data de publicação: 28/03/2025

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ALEXANDRO BRAGA VIEIRA Examinador Interno
WASHINGTON CESAR SHOITI NOZU Examinador Externo

Resumo: Nesta dissertação tivemos por objetivo construir, coletivamente, movimentos
reflexivos formativos que discutiram sobre as práticas pedagógicas com vistas à
escolarização dos estudantes da Educação Especial, em uma escola do campo, da
Rede Municipal de Ensino de Domingos Martins/ES, cuja comunidade é formada por
descendentes de pomeranos e falantes do pomerano. A escola pesquisada estava
organizada em sete turmas, dentre elas, três turmas multisseriadas, permitindo um
estudo, no qual buscamos possibilidades de respostas a perguntas que ainda não
estão devidamente analisadas na literatura. Adotamos como referencial teórico as
contribuições e conceitos de Boaventura de Sousa Santos, a partir do pressuposto
fundamental da justiça cognitiva. E Philippe Meirieu, tomando como referência o
princípio da educabilidade, considerando que todos os estudantes aprendem. Em se
tratando de uma pesquisa qualitativa, encontramos na pesquisa-ação colaborativocrítica pressupostos para a constituição de um trabalho que se desenvolveu, a partir do movimento da Educação Especial na interface Educação do Campo e Comunidade
Pomerana, com foco na escolarização de estudantes apoiados pela Educação
Especial e na formação de professores. Participaram da pesquisa, 12 profissionais da
escola e moradores da comunidade. Os movimentos instituídos, apontaram
possibilidades, desafios e barreiras a se desconstruir. Nesse sentido, foi possível
captar reflexões, que podem provocar novos e outros olhares para este contexto. Os
participantes reconheceram a necessidade da apropriação dos conhecimentos sobre
legislações que regem a Educação Especial, Educação do Campo e sobre a
comunidade pomerana, para que se avance na implementação dessas políticas,
enquanto direito. Chamaram a atenção sobre a complexidade da apropriação da
língua portuguesa pelos estudantes e sobre os encaminhamentos para a Educação
Especial a partir das dificuldades com a leitura e a escrita. Outro dado importante foi
a constatação, pela professora de Educação Especial, que os estudantes público da
Educação Especial, tinham a compreensão das duas línguas, pomerano e português.
Sendo assim, entendemos que o ensino aos estudantes público da Educação Especial
e demais estudantes, será mais significativo considerando a língua materna, numa
perspectiva de um contexto que já se constitui bilíngue. Enquanto pesquisadora, que
se afasta da sua realidade, do seu campo de trabalho e torna-se crítica de si mesma,
apontamos que é preciso mais e novos conhecimentos teóricos-políticos sobre
Educação Especial, Educação do Campo e povos pomeranos para romper com as
políticas que negam os direitos, de fato, daqueles menos representados
politicamente.

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