UMA VIAGEM CARTOGRÁFICA ENTRE ENCONTROSFORMAÇÃO COM LICENCIANDOS: UMA EXPERIMENTAÇÃO NO INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
Nome: PRISCILA DOS SANTOS MOREIRA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 26/04/2019
Orientador:
Nome | Papel |
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JANETE MAGALHÃES CARVALHO | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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ROSIMERI DE OLIVEIRA DIAS | Examinador Externo |
EDUARDO SIMONINI LOPES | Examinador Externo |
CARLOS EDUARDO FERRAÇO | Examinador Interno |
MARTHA TRISTÃO FERREIRA | Examinador Interno |
REGINA HELENA SILVA SIMÕES | Examinador Interno |
Páginas
Resumo: A pesquisa objetiva acompanhar os tracejados cartográficos com os licenciandos de Matemática do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) entre as linhas do desejo e processos (des)(re)territorializantes, com vistas a propagar os múltiplos possíveis de um corpo nos encontrosformação com (futuros) professores por meio do Estágio Supervisionado. A tese problematiza o que pode um corpo docência em processos de encontrosformação, perpassando o campo conhecido como formação de professores e questionando serializações como formação inicial e formação continuada de professores no enredamento com outros modos de pensarfazer essa área, com base na filosofia da diferença, de Gilles Deleuze e Félix Guattari. Cartografa o território licenciatura acompanhando as redes de conversações com agentes da Reitoria e do campus Vitória e, principalmente, com os licenciandos por meio dos encontrosaulas coletivos do Estágio Supervisionado III (ensino médio) e das conversas individuais entre pesquisadora e alunos (nos quais foram utilizados diário de campo e gravador de voz) e da análise dos relatórios individuais produzidos por esses estudantes. Observa que as avaliações externas Programa de Avaliação da Educação Básica do Espírito Santo (Paebes) e Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) enrijecem e reterritorializam o currículo-régua das escolas de ensino médio no estado do Espírito Santo. Narra, a partir das conversações com os licenciandos, uma condição de professor do ensino médio que se coloca na fronteira entre um currículo-régua que exige rendimento com foco nas avaliações externas em uma máquina abstrata que organiza enunciados dominantes ao instaurar um utilitarismo na educação que, por meio dos aparelhos de poder, aprisiona em rostos professores e estudantes da educação básica e professores e estudantes das licenciaturas. Associa o padrão par perguntas-respostas prontas (clichês) e o ensino tradicional-(neo)tecnicista com a recognição e os afetos tristes, em complexas engrenagens da máquina capitalística sobrecodificante que produzem estancamento dos fluxos de pensamento. Enfatiza movimentos ziguezagueantes, nos quais linhas enrijecidasescorregadias se engendram entre (des)(re)territorializações e produzem fagulhas de possíveis mediante as rasuras nos espaços estriados da lógica da educação-mercadoria. Ressalta que, ainda que as linhas de fuga não tenham sido evidenciadas como dominantes nas danças curriculares, as linhas desejantes estavam coengendradas possibilitando a desestruturação do currículo-régua e a invenção de curriculosdiferença por meio de brechas. Evidencia o que pode uma aula, o que pode o Estágio Supervisionado, o que pode um corpo de passageiros singulares para fazer vibrar bons encontros com os licenciandos. Propõe a fratura do acento no é (representação, identidade, rosto, respostas imutáveis, solução do par perguntas-respostas verdadeiras) para compor com o e entre os inúmeros encontrosformação entre estágios supervisionados-licenciaturas e escolas como politicaspráticas. À guisa de conclusão, sugere a ampliação do tempoespaço para as conversações coletivas concernentes às experiências tecidas nas escolas, nos Estágios Supervisionados, com vistas à invenção das licenciaturaspássaros que podem fazer ressoar invenções de outras viagens a partir da problematização da repetição da viagem-modelo imóvel de uma docência-rosto, da ilusão dos passageiros homogêneos e dos destinos únicos e iguais que enrijecem os processos de encontrosformação com (futuros) professores.