EDUCAÇÃO CIENTÍFICA INTERCULTURAL: MEDIAÇÕES DE SABERES TRADICIONAIS E ACADÊMICOS NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES

Nome: ELIZABETH DETONE FAUSTINI BRASIL
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 13/08/2019
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
GERDA MARGIT SCHUTZ FOERSTE Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
CARLOS RODRIGUES BRANDÃO Examinador Externo
ERINEU FOERSTE Examinador Interno
GEIDE ROSA COELHO Examinador Interno
GERDA MARGIT SCHUTZ FOERSTE Orientador
SIDNEI QUEZADA MEIRELES LEITE Examinador Externo

Resumo: Este estudo analisou o processo de mediação de saberes tradicionais e saberes acadêmicos relacionados a plantas medicinais entre um grupo de professores em formação inicial e raizeiras de comunidades quilombolas dos municípios de São Mateus e Conceição da Barra, norte do Estado do Espírito Santo. Defendemos a tese de que mediações de saberes tradicionais e acadêmicos podem contribuir para problematizar racionalidades presentes nos cursos de formação inicial de professores, como visões equivocadas sobre a natureza do conhecimento científico, favorecendo uma Educação Científica Intercultural. Partimos do conceito de mediação discutido por Foerste (2013), Ciavatta (2013) e Martins (2018). Como aporte metodológico, inspiramo-nos na pesquisa participante, utilizando instrumentos de produção de dados tais como registros em diários de campo; audiogravações das aulas e das entrevistas semiestruturadas; fotografias; questionários e textos escritos por professores em formação inicial. Baseamos as análises dos dados na visão bakhtiniana de linguagem e na perspectiva cultural de Educação Científica de Aikenhead (2000). O trabalho foi desenvolvido em cinco etapas principais, nas quais a pesquisa também foi usada como instrumento didático para a construção coletiva de conhecimentos, que, neste trabalho, culminou na criação de Unidades de Mediação Cultural em Ciência e Tecnologia. Os resultados evidenciam que processos coletivos de investigação em aproximação com diferentes saberes, no contexto de formação inicial de professores, promovem diálogos interculturais, os quais possibilitam o enfrentamento de visões equivocadas a respeito do pensamento científico, como também de questões estruturais desta etapa formativa, por exemplo, mudança da representação dos papeis tradicionais do professor e do aluno, da organização dos tempos e espaços, bem como da prática docente baseada em pressupostos tecnicistas. Passamos, dessa forma, a priorizar os processos de criação e a autonomia intelectual dos professores em formação inicial, compondo novas formas de ensinar e aprender, integrando, nesta etapa, o ensino, a pesquisa e a extensão. Ao priorizar as interações dialógicas entre saberes tradicionais e acadêmicos, evidenciamos que o que se pesquisa em Educação é tão importante quanto como se pesquisa. Concluímos sublinhando a necessidade de inserção dos pressupostos teóricos da Educação Científica Intercultural na formação inicial de professores, como forma diferenciada de promover outras racionalidades, em diálogo com os contextos locais, gerando transformações nas práticas docentes e discentes.

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