SUPREMO ESCÂNDALO: O CASO JOANNA PASSOS E O EXERCÍCIO DO MAGISTÉRIO NO ESPÍRITO SANTO NO INÍCIO DO SÉCULO XX

Nome: ARIADNY BEZERRA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 23/05/2019
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
REGINA HELENA SILVA SIMÕES Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
JANETE MAGALHÃES CARVALHO Examinador Interno
JOSE GONCALVES GONDRA Examinador Externo
MARIA ALAYDE ALCANTARA SALIM Examinador Interno
REGINA HELENA SILVA SIMÕES Orientador

Resumo: Investiga o processo demissional e a inconformidade da professora Joanna Passos, no contexto da Reforma Educacional de Gomes Cardim (1908-1909), no Estado do Espírito Santo. A partir dos desdobramentos desse episódio, entendendo a constituição da profissão docente como um processo carregado de imposições, mas também de lutas, conflitos, resistências e recuos, problematiza o controle exercido sobre a docência, em meio às relações de força que atravessaram o exercício do magistério capixaba, na coexistência do coronelismo local e dos ideais de modernização republicana durante o governo de Jerônimo Monteiro (1908-1912). Utiliza como fontes documentos emitidos pelo governo, registros cartoriais e periódicos jornalísticos da época, analisados a partir de teorizações de Carlo Ginzburg (1989, 2002, 2005) e Giovanni Levi (2000). Em linhas gerais, a inconformidade da professora diante da sua demissão, sob a acusação de má conduta moral e de incompetência no exercício profissional de magistério, evidencia normas de vigilância instituídas pela Reforma Educacional de Cardim e Monteiro, que sustentavam e priorizavam a moralidade como mecanismo fundamental de controle da docência, em detrimento de exigências relacionadas com a habilitação profissional Deixa ver, também, traços do favorecimento político e do nepotismo no preenchimento de cargos públicos da educação local. Finalmente, ao confundir aspectos da vida pública e privada de professoras, as formas de controle sobre o exercício da docência comprometiam a constituição dessa categoria como profissão. Por outro lado, a inconformidade de Joanna Passos, estampada na imprensa local, estimulou manifestações públicas a seu favor nos meios jornalísticos locais, sugerindo que, ao resistir a essas formas de controle, a iniciativa da professora serviu de estopim para que outros indivíduos se posicionassem contra o autoritarismo do governo Jerônimo Monteiro. Em última análise, conclui que a complexidade e a abrangência das estratégias (LEVI, 2000) jogadas por Joanna colocaram na berlinda, aos olhos da população, efeitos perversos do mandonismo do governo local que comprometiam a prestação de serviços públicos, como a educação.

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