A ATUAL REFORMA DO ENSINO MÉDIO NO SESI/SENAI DO ESPÍRITO SANTO: CONFIGURAÇÃO CURRICULAR DOS ITINERÁRIOS FORMATIVOS E BNCC
Nome: MARCOS LENGRUB DA SILVA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 15/12/2021
Orientador:
Nome | Papel |
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MARCELO LIMA | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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ANTONIO HENRIQUE PINTO | Examinador Externo |
ITAMAR MENDES DA SILVA | Examinador Interno |
MARCELO LIMA | Orientador |
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo analisar a reforma do ensino médio no Espírito
Santo implementada no Serviço Social da Indústria (Sesi) e no Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial (Senai) por meio da oferta combinada do Itinerário TécnicoProfissional e da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), nos marcos legais
definidos pela Lei nº 13.415/2017 e por outras normas (Diretrizes Curriculares
Nacionais do Ensino Médio - Dcnem; Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Profissional e Tecnológica - Dcnept; outras resoluções, decretos e
portarias). Essas instituições do Sistema S, voltadas para o treinamento profissional,
vêm buscando, por meio de suas unidades nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará,
Espírito Santo e Goiás, protagonizar a atual reforma, demostrando sua validade e
viabilidade. Desse modo, em nível local, ao lado da oferta de outras modalidades
(cursos técnicos; Formação Inicial e Continuada - FIC; de Educação Básica articulada
com a Educação Profissional - Ebep; e outros), o Senai-ES passa a incorporar ao seu
portifólio a oferta do Itinerário V - Formação Técnica e Profissional, da BNCC,
enquanto o Sesi-ES se incumbe tanto da oferta da BNCC como dos demais itinerários,
potencializando a atuação de suas estruturas educacionais nesse modelo de ensino.
Neste estudo, abordamos o projeto do Novo Ensino Médio, alinhado ao da reforma
do ensino médio na sua configuração curricular desenvolvido, na experiência do
Centro de Educação Básica e Profissional Henrique Meyerfreund, unidade de ensino
do Sesi/Senai-ES localizada no município de Serra/ES. O currículo, constituído pelos
conhecimentos abrigados na BNCC (com 1.800 horas) e pelos saberes e fazeres da
formação profissional (com 1.200 horas), representa uma redução significativa de
carga horária e de conteúdos quando comparado tanto com o modelo integrado de
educação profissional técnica de nível médio imbricada com o ensino médio (EPTNM
e EM em matrícula única), quanto com o modelo articulado de educação profissional
técnica de nível médio justaposta ao ensino médio (EPTNM e EM em duas
matrículas). Mas esta não é apenas uma redução de quantidades, pois também se
configura como uma redução de qualidades, com a priorização de determinados
conhecimentos em detrimento de outros e com a sua articulação a uma concepção de
ensino fragmentada, pragmática e individualista, cujo horizonte não é uma formação
integral omnilateral em currículo politécnico. Neste modelo, afirma-se um currículo
monotécnico com ênfase em português e matemática. Essa nova proposição, inserida
nesse campo de disputa que se tornou o ensino médio, representa uma derrota à
formação omnilateral, que estava nas últimas décadas em processo de maturação,
provocando um revés educacional que deve imprimir um prejuízo grande à educação
brasileira e, por que não, à imensa juventude que deve, nos próximos anos, frequentar
um ensino médio fragmentado, adaptador e flexibilizador, características propícias à
manutenção do regime imposto pelo capital no nosso país. Não, obstante, esse
currículo, previsto operar nessa racionalidade, na prática, quando colocado em
movimento, abre muitas possibilidades para a superação dos limites impostos pelo
modelo, visto que o esforço empreendido pelos educadores nas referidas instituições,
ao encontrar infraestrutura e alunos motivados, cheios de expectativas e sonhos, pode
fazer do novo ensino médio algo que aponte para uma humanização limitada, mas
resistente, situada no campo da experiência, sempre valiosa nos processos
educativos.