ESCREVINHAÇÕES-CURRICULANTES POR
SARAIVADAS PO-ÉTICAS
Nome: MARINA DE OLIVEIRA DELMONDES
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 26/09/2022
Orientador:
Nome | Papel |
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CARLOS EDUARDO FERRAÇO | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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CARLOS EDUARDO FERRAÇO | Orientador |
DANIELLE PIONTKOVSKY | Examinador Externo |
MARIA ELIZABETH BARROS DE BARROS | Examinador Interno |
MARITZA MACIEL CASTRILLON MALDONADO | Examinador Externo |
TÂNIA MARA ZANOTTI GUERRA FRIZZERA DELBONI | Examinador Interno |
Resumo: Ao traçar para esta tese o objetivo de problematizar a implementação-efetivação de
uma prescrição curricular Diretrizes Curriculares Municipais do Município de
Guarapari/ES em meio às cartografias das múltiplas invenções cotidianas produzidas
nas relações docente-discentes com a intenção de in-capturar as forças po-éticas de uma
vida com as escolas, esbarramo-nos na imprevisibilidade do contexto pandêmico imersa
em um des-governo. Nesse sentido, apostamos em uma pesquisa em educação que
pensou os modos de curricular como força poético-literária que vazou via escritas-vida
que desejou, e ainda pode desejar outros possíveis no campo dos currículos. Objetivou,
também, a defesa das escolas públicas como espaços-tempos de invenções de políticas
vitais em um tempo de desmontes educacionais. Em um ano eleitoral, é urgente afirmar
o lugar público e político da educação no Brasil. Encontramos uma potência ativa no
ato de escrever. Escritas que insurgiram com uma formação-curriculante experimentada
com os profissionais da educação do município de Guarapari/ES e ocorreram de modo
virtual e em um encontro presencial entre maio e agosto de 2021. Escritas des-a-linhadas fio-a-fio na composição de uma vida que pedia e, talvez, ainda peça, por respir-AR.
Escrever como método, processualidade e um modo de escapar ao que aprisionou os
corpos no tempo de distanciamento social. Escrever como encontrar com... Ao produzir
os dados desta pesquisa em um tempo pandêmico e de negacionismo, afirmamos que
pesquisar com os cotidianos escolares é possível diante dos acasos que atravessam os
modos de existir. As escolas resistem! O aporte teórico-conceitual encontrou, na filosofia
da diferença de Deleuze e Guattari, uma via de criar linhas emboladas para fissurar os
modos de produção hegemônicos e, assim, tecer outras escrevinhações-curriculantes por
saraivadas po-éticas. Defendemos as escrevinhações po-éticas como um modo decurricular. Currículos que são inventados quando o apetite por uma vida invoca uma
respiração vital em meio ao ar tóxico. Currículos que insurgem via linhas poéticoliterárias e podem, ou não, ser pensadas como armas ativas de uma máquina de guerra
nômade tecidas com os cotidianos escolares. Portanto, ao tecer esta tese
problematizando as práticas curriculantes inventadas com os cotidianos escolares,
encontramos linhas poético-literárias que vazaram em signos artísticos em uma aliança
com uma vida (DELEUZE, 2002).