POR CURRÍCULOS CRÁPULAS: SUBVERSÕES ACURRICULARIZAÇÃO ESCOLAR DA FUNÇÃO-PSI
Nome: PATRICK STEFENONI KUSTER
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 14/12/2022
Orientador:
Nome | Papel |
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JANETE MAGALHÃES CARVALHO | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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ALEXANDRE FILORDI DE CARVALHO | Examinador Externo |
CARLOS EDUARDO FERRAÇO | Examinador Interno |
CARMEN LÚCIA VIDAL PÉREZ | Examinador Externo |
JAIR MIRANDA DE PAIVA | Examinador Interno |
JANETE MAGALHÃES CARVALHO | Orientador |
Páginas
Resumo: Demorando-se em ocasiões de cotidianos escolares, flagrantes sentidos
marcadamente médicos se precipitam, impregnando crianças em relações
escolares onde se tornam coisas médicas, ainda que a princípio nem
estivessem doentes. Com isso, este trabalho de doutorado interroga sobre
como, não estando doentes, atribui-se a elas uma realidade médica e como isso
pode acontecer estando em escolas. Por meio de registros mnemônicos daquilo
que efetivamente foi dito e feito nestas experiências escolares aparentemente
confusas, sobressai o funcionamento eficaz de uma engrenagem médicapedagógica bastante precisa. Designada por função-psi, na capilaridade de seu
funcionamento, um poder sobre a vida se exerce, a saber, o biopoder. Tendo
por principais intercessores teórico-conceituais trabalhos dos pensadores Michel
Foucault, Gilles Deleuze, Félix Guattari e Fernand Deligny, esta pesquisa de
doutorado intenta cartografar processualmente a curricularização da função-psi
em duas escolas da rede municipal de ensino da cidade de Domingos Martins
(ES). Perfazendo a direção dos mecanismos microfísicos do poder e enfocando
tanto seus operadores cotidianos quanto seus efeitos subjetivantes, em meio a
práticas curriculares os resultados sustentam a tese de que uma insidiosa
medicalização se ascende, em modulações diferenciais, desde as próprias
escolas e como que para recrudescer sua ordem constitutiva. Por ventura, estas
cartografias encontraram verdadeiros crápulas escolares por meio de quem,
irredutíveis às significações estratégicas deste poder sobre a vida, via-se
subvertido o domínio destas realidades médicas. Nos limiares dessas intensas
experiências, perguntas fizeram ressonância: Afinal, contemporâneos a esta
insidiosa medicalização, o que estamos fazendo conosco e com a Educação?
Assim, articulando pontos de emergência das atuais formações de poder, afeto às
linhas de dissidência suscitadas por crápulas escolares, no campo de discussão
curricular este trabalho pretendeu fazer uma crítica ao presente.