EDUCAÇÃO E LINGUAGEM CINEMATOGRÁFICA: EXPERIÊNCIA ESTÉTICA, RESISTÊNCIA E ELABORAÇÃO DO PASSADO NO CINEMA DE SILVIO TENDLER

Nome: KENIA FARIA BRANT

Data de publicação: 21/12/2023

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ALEXANDRE FERNANDEZ VAZ Examinador Externo
FABIOLA SIMAO PADILHA TREFZGER Examinador Externo
PRISCILA MONTEIRO CHAVES Examinador Interno
RAFAEL NOGUEIRA COSTA Examinador Externo
ROBSON LOUREIRO Examinador Interno

Resumo: Ao problematizar o processo de relativização da historiografia e do conhecimento, esteio-me na dialética adorniana para defender o caráter empírico da Bildung como formação cultural ampla. Para tal, tomo, como ponto germinal da reflexão, o recrudescimento da indústria cinematográfica nacional a partir do século XX, com a expansão das salas de cinema, cineclubes, escola de formação, revistas de cinema, estúdios e grupos cineastas — período em que o cinema nacional se consolida, aos reveses impostos pela televisão e pelo cinema estadunidenses, especialmente a partir de 1950 até 1960, quando se estabelece o Cinema Novo no Brasil. O ponto privilegiado da pesquisa é discutir a formação e a consolidação do cineasta Silvio Tendler como documentarista e integrante de diversas fases no cinema nacional, alinhado às ideologias revolucionárias e de resistência político-social. Assim, o objetivo é compreender a estética experimental de caráter ensaístico na representação de seus filmes sóciohistóricos, que buscam (re)elaborar a memória social. Considero que a estética fílmica do cinema de Tendler parece “operar” no nível da integração entre forma de exposição e conteúdo crítico-político, a qual designo forma-conteúdo. A opção deliberada do cineasta em trabalhar o cinema como formador de sentidos, preocupado com uma possível elaboração do passado histórico coletivo da sociedade brasileira está presente em sua vasta filmografia produzida entre os anos compreendidos entre 1980 e 2023. Nesta pesquisa, a cinebiografia autobiográfica Nas Asas da Pan Am (2020) serviu de escopo para analisar essas questões estéticas do filme (ou antifilme), no sentido de apreender aspectos da narrativa fílmica, a forma de expressão da memória, a experiência e a vivência do cineasta narrador e formador cultural. Esses elementos foram concebidos como uma constelação de conceitos para dialogar com o objeto-filme via hermenêutica crítico-objetiva, método de investigação teórico-reflexiva. Das interpretações possíveis, defendo que Tendler é um diretor-cineasta nos moldes benjaminanos, cujo olhar voltado ao passado (re)apresenta a cultura da oralidade; e, sob o olhar adorniano, tem por intenção o observador distraído, devoto da imagem, a contrapelo, oferta no momento do choque o embate com o filme impuro, provocando vivências e experiências dialeticamente atemporais.

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