UM OLHAR PARA ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA EM CONTEXTOS EMPOBRECIDOS

Nome: CARLA BRISEIDA CHOQUE VILLARROEL SILVA

Data de publicação: 14/08/2024

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
FABIANA ALVARENGA RANGEL Examinador Externo
RENATA DUARTE SIMOES Examinador Externo

Resumo: Este trabalho tem por objetivo tecer compreensões sobre se e como a condição de
pobreza delineia o processo de escolarização de estudantes com deficiência. Para
cumprir esse propósito investigativo, procurou-se uma escola de um bairro periférico
no município de Vila Velha-ES, Brasil, rodeada por duas ocupações. Os dados
levantados refletem dialogando com a literatura que versa sobre as temáticas pobreza
e deficiência. Em termos metodológicos, este trabalho delineia como uma pesquisa
de natureza qualitativa, usando como referência os pressupostos da Sociologia
Figuracional, elaborada por Norbert Elias (1994; 2014). Os dados apresentados
caracterizam a escola por meio dos dados socioeconômicos do Sistema de Gestão
Escolar (SGE, 2024) e entrevistas semiestruturadas. A análise desse conjunto de
dados permitiu observar que a escola apresenta que 79,23% das famílias vivem com
renda mensal inferior a 1.820,00 reais, a maioria dos domicílios (57,62%) são de
responsabilidade das mães e, no caso de estudantes com deficiência, as mães se
dedicam exclusivamente à atenção desse estudante, motivo pelo qual muitas
dependem de benefícios sociais. Os dados referentes ao território indicam que
estudantes que vivem em contextos empobrecidos enfrentam fragilidades e são
atravessados pela fome, falta de infraestrutura, violência no território e acesso à
saúde, sendo uma das principais dificuldades apresentadas pelas famílias de
estudantes com deficiência. A essas variantes somam-se os estigmas vivenciados
pela condição de pobreza e deficiência, os quais historicamente, ao longo do processo
social, têm acompanhado pobres e deficientes e delineiam o cotidiano de estudantes
em contextos empobrecidos e seu processo de escolarização conformado no tecido
de relações móveis que narram sua escolarização. Os dados sistematizados neste
estudo nos impulsionam a considerar que os princípios de universalidade e equidade
de direitos pressupõe a criação e implementação de políticas que considerem a
pobreza nos espaços escolares, pois a escola, por si só, não consegue enfrentar
tamanho desafio, pelo contrário, a escola vem sendo atravessada por esse contexto.

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