CULTURAS, LÍNGUAS E EDUCAÇÃO: O CASO DE CARAMURU EM SANTA MARIA DE JETIBÁ NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO/BRASIL
Nome: ROSELI GONORING HEHR
Data de publicação: 25/09/2024
Banca:
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Papel |
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LETICIA QUEIROZ DE CARVALHO | Examinador Externo |
MÔNICA MARIA GUIMARÃES | Examinador Externo |
PRISCILA MONTEIRO CHAVES | Examinador Interno |
SILVANA VENTURIN | Examinador Interno |
Resumo: A tese Culturas, Línguas e Educação: o caso de Caramuru em Santa Maria de Jetibá no Estado
do Espírito Santo/Brasil investiga como são constituídas as práticas escolares em um território
campesino e plurilíngue na fronteira entre Santa Maria de Jetibá, Santa Leopoldina e Domingos
Martins. Problematiza o monolinguismo a partir do conceito de dialogicidade (Bakhtin, 2010;
Freire, 2013). Reflexões sobre os conceitos de cultura, multiculturalismo e interculturalidade
(Forquin, 1993; Candau, 2002) são cotejadas aos estudos sobre direito linguístico, bilinguismo,
plurilinguismo e contato linguístico (Altenhofen, 2004; Savedra, 2021). Ao mesmo tempo,
encontra subsídios em Gramsci (2004) e Semeraro (2006) para a análise do trabalho do
professor como intelectual orgânico, que tensiona o monolinguismo do currículo oficial. O
estudo beneficia-se das abordagens qualitativas em educação (André e Lüdke, 1986; Fichtner et
al.; 2020; Brandão et al., 2023), focando a produção, tratamento e análise de dados a partir de
documentos oficiais, observação e anotações em diário de campo, aplicação de questionário,
entrevistas semiestruturadas com professores e grupos focais com os estudantes. Os dados
produzidos juntamente com o arcabouço teórico que fundamenta esta pesquisa nos permitem
afirmar que as culturas e as línguas presentes na comunidade de Caramuru lançam desafios no
processo de escolarização e potencializam a construção de práticas escolares em diálogo com
território campesino e plurilíngue. Reflete a urgência do direito linguístico dos estudantes
oriundos de comunidades campesinas tradicionais e a necessidade de elaboração de políticas
públicas que garantam currículos diferenciados, produção de materiais específicos e formação
de professores que considerem as características culturais e linguísticas das comunidades onde
as escolas encontram-se inseridas.