A LITERATURA SURDA PODE SER ESCRITA: O QUE NOS DIZ A VIDA DA POETA SURDA LAURA SEARING, JÁ NO SÉCULO XIX?
Nome: GISLENE RODRIGUES DA SILVA COUTINHO
Data de publicação: 29/10/2024
Banca:
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Papel |
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ALINE LIMA DA SILVEIRA LAGE | Examinador Externo |
DANIEL JUNQUEIRA CARVALHO | Examinador Externo |
ROGERIO DRAGO | Examinador Interno |
Resumo: “A literatura surda pode ser escrita: o que nos diz a vida da poeta surda Laura Searing,
já no século XIX?” Trata-se de uma pesquisa histórica acerca da vida e obra da poeta
surda Laura Searing. O propósito deste trabalho é contar a história de Laura Catherine
Redden Searing, norte-americana, nascida em 1839. Mostrar os eventos de sua vida,
contextualizando-os com sua produção literária, destacando seu perfil linguístico. Esta
pesquisa também evidencia suas articulações políticas que transcenderam a literatura
a ponto de inspirar o nome de uma cidade no estado de Minnesota, Estados Unidos.
Para tanto, o objetivo geral é compreender como Laura Searing, desafiou as normas
sociais e as representações dominantes sobre a surdez, desenvolvendo uma
contraconduta que questionava e subvertia as estruturas de poder que marginalizam
as pessoas surdas de sua época. Os objetivos específicos desta pesquisa epistolar
são: a) entender as relações de poder presentes na sociedade do século XIX, que
influenciaram a vida de Laura Searing; b) traduzir a história de Laura Searing e a sua
produção em nossa contemporaneidade; c) analisar como Laura Searing se construiu
a partir de sua subjetividade como mulher surda escritora; e d) problematizar a
literatura surda como literatura escrita. Optou-se por uma pesquisa
bibliográfica/biográfica que traz como referencial teórico-metodológico as obras de
Michel Foucault (2014, 2016, 2021, 2022). Esta pesquisa insere-se na temática da
história da educação dos surdos e faz parte de uma série de pesquisas sobre a
Educação de Surdos desenvolvidas pelos participantes do GIPLES. Foram analisadas
diversas fontes de informação, como documentos, cartas e outras evidências
históricas da vida de Laura, que se constituem nos documentos como monumentos
na perspectiva de Le Goff (2013) e em Foucault (2014). Quanto às noções de
literatura, considera as discutidas por Candido (2006) e Foucault (2009, 2016). Bosi
(2002, 2015) conceitua literatura como resistência. Sutton-Spence (2021) traz o
conceito de literatura em língua de sinais. Para uma aproximação do que é biografia,
utilizam-se os conceitos trazidos por Dosse (2022), Lira Neto (2022) e Cassio (2022).
Evidencia-se como a trajetória e a produção literária de Laura Searing contribuíram
significativamente para a resistência surda e o empoderamento feminino.