AS INTERNACIONALIZAÇÕES DA EDUCAÇÃO SUPERIOR E A MOBILIDADE ACADÊMICA INTERNACIONAL: DISCURSOS E EXPERIÊNCIAS EM DIÁLOGO
Nome: ANA RACHEL MACÊDO MENDES
Data de publicação: 30/12/2024
Banca:
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Papel |
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ANA SEVILLA-PAVÓN | Coorientador |
FELIPE FURTADO GUIMARAES | Examinador Interno |
GABRIEL BRITO AMORIM | Examinador Externo |
MARGARIDA CASTELLANO SANZ | Examinador Externo |
TANIA MARA ZANOTTI GUERRA FRIZZERA DELBONI | Examinador Interno |
Resumo: A internacionalização das instituições de educação superior adquire diferentes
sentidos, de acordo com seu contexto e interações com outros textos e contextos.
No entanto, a mobilidade acadêmica internacional ocupa um papel central em
grande parte dessas abordagens. Esta pesquisa, fundamentada no pensamento do
Círculo de Bakhtin, que concebe a linguagem como fenômeno ideológico, e nas
contribuições dos estudos decoloniais, examina os sentidos atribuídos à
internacionalização da educação superior e à mobilidade acadêmica internacional.
A análise se concentra em documentos oficiais e nas práticas institucionais de uma
universidade federal brasileira. O objetivo central é compreender como a visão
institucional sobre internacionalização e mobilidade, expressa em documentos
oficiais, se relaciona com as vivências e percepções cotidianas desses processos.
Para isso, os discursos contidos nos documentos foram postos em diálogo com as
contribuições autoetnográficas da pesquisadora, como estudante de doutorado em
cotutela na Espanha e servidora técnica do setor de mobilidade internacional da
universidade brasileira. Os dados indicam que a visão da internacionalização e a
prática da mobilidade acadêmica internacional no Brasil é fortemente induzida por
diretrizes das agências de fomento nacionais e da governança global, em troca de
financiamento e reconhecimento internacional. Com isso, os fluxos e as relações
estabelecidas na mobilidade internacional favorecem predominantemente o Norte
Global, reforçando sua hegemonia econômica, cultural e epistêmica sobre o Sul
Global. Contudo, do cotidiano, também emergem perspectivas alternativas que
propõem ações institucionais voltadas às necessidades e interesses locais. Diante
disso, propõe-se que a internacionalização da educação superior seja ressignificada
de forma a valorizar as relações subalternizadas, priorizando estratégias que
promovam uma internacionalização mais justa e equilibrada.